quinta-feira, 26 de abril de 2012

Migração para lucro real pode ser vantajosa

Fundada em 1998, a MM Optics, de São Carlos, interior de São Paulo, há oito anos deixou de ser uma pequena empresa para o fisco e passou a ser classificada como negócio de médio porte. O faturamento projetado para este ano é de R$ 8 milhões, praticamente o dobro do teto exigido para pertencer ao Simples. "Estamos mais próximos das pequenas empresas e bem distantes das grandes, mas enfrentamos uma carga tributária igual à de quem fatura dezenas de vezes mais", afirma o fundador Fernando Mendonça Ribeiro, 40 anos, mestre em engenharia.
Hoje, a MM Optics arca com uma carga tributária de 30% sobre os produtos e paga 68,17% sobre a folha de pagamento de seus 55 funcionários. Na ponta do lápis fica difícil ter um produto competitivo no exterior e, em alguns casos, até mesmo disputar uma fatia de mercado com os fabricantes chineses que atuam no Brasil.
Fabricante de equipamentos para os mercados médico, odontológico e hospitalar com tecnologia optoeletrônica, a empresa de São Carlos há três anos encontrou um atalho para diminuir os percentuais de impostos. Como fabricante de tecnologia de ponta, enquadrou-se na Lei da Informática e conseguiu uma redução de 80% do IPI e de 61,11% de ICMS. "No ano passado a economia foi significativa, cerca de R$ 200 mil", revela Ribeiro. Outra saída adotada foi migrar da modalidade de tributação por lucro líquido presumido para lucro real, o que nos cálculos do empreendedor foi mais vantajoso.
As medidas adotadas pela MM Optics são legais e sugeridas pela maioria dos consultores tributários para quem está, como eles costumam dizer, "no limbo" - não têm os benefícios, a agilidade e a flexibilidade das pequenas e nem o faturamento e a estrutura das grandes. "O primeiro exercício que uma média empresa deve fazer a cada final de ano é o planejamento tributário do ano seguinte", diz José Santiago, sócio da BDO Brasil.
"É preciso olhar o passado e projetar o futuro tendo como base os dois cenários: o do lucro presumido e o do lucro real." A conta é relativamente simples. Para comércio e indústria o governo estima 8% de lucro sobre o faturamento, valor sobre o qual incidirão os impostos (alíquota do IR e CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) no caso dos optantes do lucro presumido. "Se no fim dos cálculos o que sobrar for inferior aos 8% apontados pelo governo é melhor adotar o sistema de lucro real, se for superior a 10% vale optar pelo presumido", diz. "Esse exercício só funciona, porém, para quem fatura até R$ 48 milhões por ano, acima dessa faixa a adoção da tributação pelo lucro real é obrigatória."
De acordo com Gláucio Pellegrino Grottoli, da Peixoto e Cury Advogados, é crescente o número de médias empresas, com faturamento anual entre R$ 10 milhões e R$ 20 milhões, que começam a migrar para o lucro real, principalmente as que atuam em mercados muito competitivos, com margens baixas de lucro. "O problema do Sistema Tributário Brasileiro é não ser escalonado por faixas, como acontece em outros países. Quem fatura R$ 4 milhões, na linha tênue do Simples, ou R$ 48 milhões tem o mesmo cálculo de tributos."
Grottoli observa, contudo, que algumas medidas propostas pela Medida Provisória 563/12 poderão beneficiar várias empresas de porte médio, como o programa Um computador por Aluno, instituindo-se o Regime Especial de Incentivos a Computadores para Uso Educacional. O benefício consiste na suspensão, conforme o caso, do IPI, PIS, Cofins, PIS-Importação, Cofins-Importação, Imposto de Importação e Cide na saída de equipamentos de informática para escolas das redes públicas de ensino federal, estadual, distrital e municipal, bem como para escolas sem fins lucrativos de atendimento a pessoas com deficiência.
A MP instituiu, ainda, o Regime Especial de Tributação do Programa Nacional de Banda Larga para Implantação de redes de Telecomunicação. O regime suspende o recolhimento de PIS, Cofins e IPI nas vendas no mercado interno de máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos novos e de materiais de construção para utilização ou incorporação às obras relacionais ao programa. Também houve desoneração do PIS e do Cofins dos serviços destinados às obras civis, desoneração essa que se estende à receita de aluguel, de máquinas, aparelhos e equipamentos destinados às obras civis. "A desoneração da folha de salários, com a redução do percentual da contribuição sobre o faturamento ao INSS de 2,5% para 2%, válida a partir de agosto, beneficiou apenas dois segmentos com muitas empresas de porte médio, o de tecnologia da informação e hotelaria", reforça Grottoli.
No ramo de franquias o peso é ainda maior em alguns segmentos, conforme salienta Daniel Gudiño, diretor jurídico da Associação Brasileira de Franchising/RJ. "Quando enquadrada no lucro presumido, a franqueadora está sujeita a uma carga tributária de 19,53% (IR, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, PIS, Cofins e ISS) sobre o valor arrecadado com royalties", afirma. "Se for uma franqueadora de prestação de serviços, ainda arcará com 6,37% mais ICMS sobre o valor das mercadorias fornecidas a cada unidade franqueada." Para driblar isso, muitas redes acabam por separar em duas unidades distintas a franqueadora e a distribuidora, com faturamentos distintos. Há, ainda, quem transfira a sede da franquia para municípios que cobram o percentual mínimo de ISS, ou seja 2%, contra a média de 15% praticada por boa parte das cidades.
Com 30 anos de mercado, 18 deles como franqueador, o Grupo Astral, especializado em controle de pragas urbanas, tem 50 unidades e faturamento anual de R$ 40 milhões. "Somos uma grande empresa composta por células individuais, cada franquia tem o seu próprio CNPJ, o que ajuda a maioria a permanecer no Simples, o mesmo acontecendo com a franqueadora que está no limite do Simples", afirma Beto Filho, 54 anos, presidente do grupo.
Segundo ele, se no lugar de franquias, as unidades fossem filiais, a carga tributária seria gigantesca. A Astral tem 1.300 colaboradores.
 
Fonte: Valor Econômico

Quase 80% dos empregos criados no Brasil em março foram abertos por pequenas empresas

Levantamento feito pelo Sebrae e divulgado nesta terça-feira, dia 24, indica que os pequenos negócios criaram 78,7% de todas as vagas de emprego criadas no mês de março. Ao todo, foram abertas 111.746 oportunidades, sendo 87.913 delas por negócios de pequeno porte. Os números tomam como base relatório divulgado mensalmente pelo Sebrae.
A participação das pequenas empresas na geração de empregos do País é cada vez maior, tanto que em março do ano passado a participação dos empreendimentos de pequenos porte nas contratações era de 50,4% - houve, portanto, uma expressiva alta de 24 pontos porcentuais.

"Estamos constatando a cada mês a relevância dos pequenos negócios para a oferta de novos postos de trabalho no Brasil. Em especial no setor de serviços, que criou 52 mil vagas nas micro e pequenas empresas", relevou Luiz Baretto, presidente do Sebrae.

Fonte: O Estadão

95% das micro e pequenas empresas realizaram pagamentos dentro do prazo e evitaram calote

 Apenas 5% dos pagamentos realizados pelas micro e pequenas empresas não foram realizados dentro do prazo estipulado durante o mês de março, afirma relatório divulgado nesta terça-feira, dia 24, pela Serasa Experian. De acordo com a empresa, a cada mil pagamentos feitos pelos empreendedores, 950 foram quitados dentro do prazo ou com atraso máximo de sete dias, o que não considera inadimplência.
 Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve avanço de 0,7 ponto porcentual na pontualidade dos pagamentos. De acordo com a empresa, trata-se do quarto mês consecutivo de alta interanual do indicador, o que sinaliza que a situação financeira das empresas de pequeno porte está melhorando.
Ainda segundo a Serasa, em março de 2012, o valor médio dos pagamentos pontuais cresceu 8,2% em relação a fevereiro deste ano, atingindo R$ 1.842. Na comparação com março de 2011, o crescimento foi de 35,8%. As empresas de serviços registraram, em março de 2012, o maior valor médio dos pagamentos pontuais (R$ 2.125), seguido pelas empresas comerciais (R$ 1.835) e pelas empresas industriais (R$ 1.705).

Fonte: O Estadão

Feedback é um meio de promover relacionamentos

Tenho visto um grande esforço das corporações em tentar "educar" seus líderes para dar - e receber - feedback adequadamente. Já está mais do que comprovado que promover um retorno constante às pessoas da equipe em relação a seu desempenho, conduta ou a alguma atividade executada é fundamental para reorientar ou estimular comportamentos futuros mais adequados às necessidades da organização.
Mas também observo muitas empresas errando na hora de abordar o feedback com as lideranças. Algumas estão apenas surfando na onda do modismo, sem se preocupar genuinamente com os resultados. Outras, por falta de conhecimento ou experiência dos gestores de RH, estão buscando alternativas erradas.
Recebo constantemente convites para participar de workshops de feedbacks nas empresas. O que eu tento explicar a quem me procura dessa forma é que dar treinamento pura e simplesmente não resolve o problema. Notei que muitas organizações achavam que estavam fazendo a sua parte oferecendo cursos aos gestores. Porém, não se trata de uma questão mecânica ou técnica, mas sim de relacionamento, cultura e atitude.
As pessoas esperam avidamente por serem avaliadas para se sentirem seguras em relação aos próximos passos. É uma questão humana. Elas querem conversar sobre a relação, se aprumar, saber se estão crescendo e se estão atendendo ao que a empresa espera delas - mesmo que algumas ainda tenham dificuldades em receber críticas.
A necessidade de feedback é como se fosse um grito pelo relacionamento. O cenário é novo e, talvez por isso, ainda haja tantos tropeços.
As gerações passadas simplesmente não estavam acostumadas a dar ou receber feedbacks. A postura no ambiente corporativo era a de obedecer a hierarquia e pronto. Mas hoje a situação é bem diferente, seja dentro ou fora do trabalho. Por isso, mais do que estabelecer um processo formal de feedback, as empresas precisam estar atentas sobre como estão promovendo o relacionamento entre seus funcionários em todos os níveis. Devem ter consciência de que as pessoas pedem e esperam receber um retorno sobre suas atitudes, comportamentos e entregas.
Justamente por isso, o feedback - palavra em inglês cuja tradução literal é "retroalimentação" - se tornou um ponto importante para as empresas no que diz respeito à capacidade de reter e atrair pessoas. Quando o funcionário é realmente ouvido e acredita que a empresa está sendo transparente, mesmo quando recebe uma crítica construtiva, ele se sente respeitado e valorizado. E isso não tem preço.
Pouco adianta promover campanhas de feedback formal uma ou duas vezes ao ano se o processo não faz parte da cultura organizacional. Infelizmente, isso ainda acontece em um número muito grande de empresas, apesar de todas elas terem um discurso bem afinado da porta para fora.
A comunicação interna tem que ser sempre clara e sincera. Determinadas questões técnicas ou comportamentais precisam ser pontuadas na hora, e não seis meses depois, quando a empresa agendar o feedback formal. Se o gestor aprende a avaliar os membros de sua equipe entendendo também as suas expectativas, ele tem condições de administrar muito melhor o seu negócio. Já o funcionário pode aprender e corrigir rapidamente a rota quando for preciso.
Sim, a formalização é importante. Registrar o feedback significa assumir um compromisso claro entre as partes. Ajuda os gestores de RH a entender melhor o ambiente e a registrar grandes movimentos. O olhar mais distante também contribui para amarrar de forma mais precisa os objetivos e a traçar rumos estratégicos. Mas o feedback não pode ser artificial.
Geralmente, profissionais que têm interesse pelo indivíduo desempenham melhor feedbacks, porque naturalmente prestam atenção no comportamento humano e nos relacionamentos. O desafio maior se dá com pessoas autocentradas, com certo grau de arrogância, que se criaram sem limites e sem respeito pelo outro. Ou para quem o fenômeno humano não tem interesse - o que é legítimo, inclusive. Lamento apenas que, quem age dessa forma, perde a possibilidade de estabelecer relações de maior profundidade na vida.
À medida que um profissional exercita com mais clareza essa conversa sobre as relações, ele acaba estendendo uma abertura também para outras esferas, como a própria família. Todos só têm a ganhar.

 
Fonte: Valor Econômico

Micro e pequenas empresas podem alavancar mercado de cloud computing no Brasil


O mercado de cloud computing poderá posicionar o Brasil entre as cinco maiores potência do mundo em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), desde que a regulamentação não crie amarras para esse desenvolvimento. A afirmação é do diretor de convergência digital e infraestrutura da Brascom, Nelson Wortsman, que participou nesta terça, 24, de audiência pública na Câmara dos Deputados. "Nosso apelo é que essa Casa não pense apenas no Brasil na hora de regular e sim no mundo. A regulação tem que ser amigável," disse ele.
O grande filão que poderá levar o Brasil a esse patamar é o das micro e pequenas empresas. Segundo o executivo, esse mercado hoje não tem acesso à tecnologia das grandes corporações de TI, o que pode mudar com os serviços em nuvem. Wortsman disse que Argentina e Chile estão com a legislação mais adiantada que o Brasil enquanto que a Europa já pensa em atualizar o seu marco regulatório, que é de 1996. No caso dos EUA, foi adotada com sucesso o chamado "Cloud First", programa federal que economizou cerca de 30% nos custos dos sistemas do governo.
O diretor-presidente da Abranet, Eduardo Neger, concorda que o mercado de pequenas e médias empresas seja o grande filão da computação em nuvem, já que normalmente não possui uma departamento de TI para cuidar dessa área.
Mas será que o Brasil está preparado para alavancar esse mercado? Segundo dados do NIC.br, 35% dos registros ".br" estão hospedados fora do Brasil. Para o diretor de projetos da entidade, Milton Kaoru, esse número mostra que o chamado "custo Brasil" ainda afugenta parte dos investidores no País. "Isso tem uma razão de ser. O custo lá fora está melhor que aqui", afirma ele. Kaoru ainda acrescenta que o custo da banda Internet também é "relativamente" alto no País, o que pode ajudar a explicar o motivo de boa parte dos sites brasileiros estarem hospedados no exterior.
Alías, banda é um fator crítico para o desenvolvimento do mercado de cloud computing no Brasil tanto pela baixa velocidade das conexões brasileiras quanto pela concentração geográfica dos acessos ditos de alta velocidade.
“Se não houver garantia de acesso de banda larga, não adianta ter um processamento de alta capacidade. Hoje, grande parte dos datacenters estão se alocando em São Paulo e precisamos de uma distribuição maior para que isso seja acessado de forma adequada em outros pontos do País", afirma o diretor comercial da Telebras, Rogério Boros. Ele concorda que o Brasil tenha potencial para ser um dos centros de cloud computing do mundo, se o País conseguir explorar o potencial do que será desenvolvido de conteúdo em português. Isso gerará tráfego e, consequentemente, mais rotas de interconexão com o Brasil (a exemplo da parceria da Telebras com a Angola Cable para cabos submarinos), o que gera potencial econômico não só em TI, mas também em telecomunicações.
A audiência foi convocada pelo deputado Ruy Carneiro (PSDB/PB) justamente para debater algumas das implicações desse tema para o País, como a extraterritorialidade de armazenamento e a portabilidade de dados, promoção da interoperabilidade e da neutralidade tecnológica da rede e a necessidade de estruturar ações coordenadas entre países para o desenvolvimento de diretrizes comuns. Outros temas relacionados ao assunto devem ser tratados no Marco Civil da Internet, como a questão da privacidade e da neutralidade de rede.

Fonte : TeleTime
As redes sociais começam a ajudar nas vendas das empresas brasileiras, mas o mercado corporativo ainda engatinha ao usar esse recurso. É o que revelou uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Inteligência de Mercado (Ibramerc). Foram entrevistados cerca de 500 diretores e gerentes em empresas dos mais variados setores — de bens de consumo a manufatura, passando por serviços financeiros, energia e imóveis. No segmento B2C (business to consumer, voltado para o mercado consumidor), o uso das redes gerou melhora moderada nas vendas em 32% dos casos, e expressiva em 9% deles.
— Este é o setor que mais vem entrando nas redes sociais, já que a interação direta com o consumidor hoje se dá preferencialmente através delas — diz Henrique Gasperoni, diretor de Projetos e Operações do Ibramerc.
Antes, as mídias sociais eram a última instância a que o consumidor recorria para falar com as empresas. Ele começava pelo SAC e outros telefones para chegar até elas. Hoje, já reclama direto pelo Facebook ou Twitter.
O Facebook, aliás, é a rede mais usada pelas empresas (24%), seguido do Twitter (21%). No mais das vezes, é o departamento de Marketing o responsável pela estratégia nos ambientes sociais, com 66% de participação. Em 17% dos casos, essa estratégia é terceirizada.
Embora as mídias sociais chamem a atenção, elas ainda ficam bem para trás no planejamento das empresas (52% delas apontaram que as redes têm peso de 1 a 5 nesse quesito), e os investimentos anuais são muito tímidos. Apenas 26% admitem investir até R$ 50 mil ao ano no setor, e essa taxa cai para 14% no caso de investimentos que se aproximem de R$ 100 mil. Por fim, 40% dos diretores-executivos ainda não participam diretamente da estratégia voltada para as redes, deixando-a aos cuidados do Marketing.


Fonte: o Globo

terça-feira, 24 de abril de 2012

Mais de 2 milhões devem passar a trabalhar por conta própria até 2015

Até 2015, deverá chegar a 4 milhões o número de empreendedores individuais no Brasil, pelas estimativas do Sebrae. Empreendedor individual é o sujeito que trabalha sozinho ou com um único empregado, fatura até R$ 60 mil por ano e tem CNPJ.
Se o cálculo do Sebrae estiver correto, os empreendedores individuais (EIs) vão passar, nos próximos três anos, de 33% para 40% das menores empresas do Brasil (as micro e pequenas empresas que pagam impostos pelo sistema chamado Supersimples). Luiz Barretto, presidente do Sebrae, preparou os números para o Seminário Internacional sobre Pequenos Negócios, agendado para 18 a 20 de abril, em São Paulo. Ele acredita que proliferação dos EIs vai exigir estratégias específicas para que o país tenha melhor ambiente de negócios e incentive mais gente a abrir negócio próprio.
Embora a simples formalização dos negócios seja sempre boa notícia, a expansão dos “nanoempreendimentos” também exige atenção para algumas tendências não necessariamente benéficas – os EIs contratam menos do que as microempresas tradicionais e parte de seu crescimento se deve à prática de grandes empresas convencerem antigos funcionários a se transformar em pessoas jurídicas prestadoras de serviços. Em 2011, a maior parte dos EIs registrados atuava em venda de roupas, acessórios e alimentos; como cabelereiro e costureiro; no reparo de computadores e em obras de alvenaria.

Fonte: Revista Época

Competitividade no trabalho traz ganhos a funcionários e empresas

A competitividade no ambiente de trabalho é saudável e ajuda muitos profissionais e empresas a obter mais sucesso. É o que revela recente levantamento realizado pela Page Personnel, uma empresa de recrutamento especializado em profissionais de suporte à gestão e primeira gerência, empresa do grupo Michael Page. O levantamento aponta que 90,3% dos profissionais entrevistados afirmam que a competitividade faz bem ao profissional e às empresas.
Uma das consequências positivas de um ambiente competitivo é o aumento da produtividade de trabalho. Esta percepção é endossada por 40,3% dos respondentes, que acreditam que a competitividade é necessária para o desenvolvimento profissional e para o sucesso da empresa para a qual trabalham.
Segundo Roberto Picino, diretor-executivo da Page Personnel, muitos funcionários usam essa situação a seu favor e como um incentivo para produzirem mais e melhor. “As empresas devem se manter atentas aos exageros pois metade dos profissionais que participaram da pesquisa acreditam que a competitividade no trabalho é saudável, desde que não prejudique seu rendimento ou o sucesso da empresa”, ressalta.
Um percentual menor de profissionais acredita que a rivalidade entre profissionais de uma mesma organização gera menor colaboração interna. Dos 9,7% dos profissionais que afirmam que a competitividade não é saudável, apenas 1,4% está preocupado com os prejuízos que a competitividade possa causar em seu rendimento profissional.
“As pessoas percebem, na maioria dos casos, que a competitividade é produtiva e pode ajudar funcionários e empresas a trilharem para um mesmo objetivo, que é o sucesso da organização. Quem não corrobora desta opinião precisa rever seus conceitos e procurar melhorar este aspecto para que ele não prejudique seu desempenho e o da companhia”, finaliza.

Fonte: Canal Executivo

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Benefícios da legalização contábil

A maior parte das pequenas e médias empresas (PMEs) com representatividade na economia brasileira prepara-se para planos ousados de capitalização, visando a expandir os negócios. De acordo com estudo da BM&F Bovespa, 52% pretendem abrir capital no período de um a três anos e, outras 42% pretendem realizar IPO (abertura de capital no mercado acionário) no longo prazo. Além disso, 33% declaram ter interesse em investimentos de private equity, segmento de instituições financeiras que aportam investimentos em empresas emergentes ou em fase de consolidação e que possuem grande potencial de crescimento ou já ocupam posição relevante em seus mercados. -
Para que esses investimentos, aquisições ou fusões se efetivem, essas empresas precisam, além de contar com um negócio bem estruturado, dar um salto na qualidade de suas informações contábeis, apresentando balanços transparentes, regulares e de acordo com as regras internacionais de contabilidade. No entanto, apesar das oportunidades de mercado, a maior parte das PMEs produz balanços apenas para o uso de proprietários-administradores ou para atender as autoridades fiscais e governamentais. Para auxiliar os fornecedores de capital a tomarem as melhores decisões, as informações fornecidas precisam demonstrar a situação econômico-financeira do empreendimento, ou seja, devem dispor sobre a posição financeira (balanço patrimonial), o desempenho (resultado e resultado abrangente) e os fluxos de caixa.
Os benefícios decorrentes dessa legalização são expansão do negócio, relacionamento com o mercado, acesso às linhas de crédito diferenciadas e segurança para os clientes. Mas, dependendo de como estão os controles contábeis da companhia, a migração para o padrão internacional de contabilidade pode ser mais ou menos demorada. Em média, as empresas conseguem a migração para o padrão vigente de um a dois anos. Desde 2010, toda a contabilidade praticada no Brasil deve seguir os International Financial Reporting Standards (IFRS), que são as normas internacionais de contabilidade do International Accounting Standards Board (IASB). Estudo da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo de 2010 aponta que a melhor qualidade da contabilidade das grandes empresas elevou a associação entre o lucro das companhias e o desempenho das ações.
 
Fonte: DCI - SP

Burocracia trava crédito às pequenas empresas

Dentro do pacote de medidas do início do mês, o governo federal divulgou que parte dos R$ 45 bilhões em novo aporte de recursos definido para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve contemplar financiamento à inovação. A medida é considerada importante. As indústrias avaliam que os estímulos para a área aumentaram. É preciso, porém, acelerar o investimento. Para isso é necessário maior rapidez dos órgãos de financiamento, menor burocracia e mecanismos que sejam mais acessíveis às empresas menores.
Julio Gomes de Almeida, consultor do Instituto de Estudos do Desenvolvimento Industrial (Iedi), avalia que passos importantes foram dados nos últimos dez anos e "não foi pouco". Ele destaca a Lei do Bem, de 2006. Entre as medidas mais recentes, o Plano Brasil Maior, diz, tornou disponíveis linhas de crédito mais amplas. "Há financiamentos que não estão ligados a um projeto específico, mas que dão apoio aos conjunto de iniciativas da empresa no desenvolvimento tecnológico por um determinado período."
Para Almeida, porém, é necessário aumentar a velocidade do investimento em inovação. Uma forma de fazer isso, acredita, é estimular a exportação. "Porque esse tipo de investimento é essencial para conquistar o mercado internacional." A internacionalização, defende Almeida, seja pela transferência de produção ao exterior ou pela exportação, pode acelerar o uso da inovação e o ganho de competitividade.
Hermes Lago, diretor de máquinas e ferramentas da Romi, conta que a empresa se aproveita dos financiamentos voltados à pesquisa e desenvolvimento. Ele lembra, porém, que a natural necessidade de controles torna o pedido complexo e a resposta, demorada. Para ele seria interessante uma agilidade maior que a demanda por desenvolvimento de produtos novos é cada vez mais acelerada. "Para as menores empresas isso é mais difícil e creio que em alguns casos, com critério e acompanhamento, deveria haver aporte de recursos a fundo perdido."
Naércio Menezes Filho, coordenador do centro de políticas públicas do Insper, acredita que os estímulos existentes precisam se tornar mais acessíveis às empresas menores, para que deixem de ser atendidos apenas determinados setores e grandes companhias. "O incentivo da Lei do Bem, por exemplo, só pode ser aproveitado para quem paga IR no sistema do lucro real. Isso tira o benefício das empresas menores que pagam o imposto pelo sistema do lucro presumido." As empresas menores, diz, não querem enfrentar a burocracia para usar os mecanismos de estímulo à inovação e, por isso, ficam à margem. "Na verdade é necessário simplificar todo o ambiente de negócios." (MW)
 
Fonte: Valor Econômico

Bancos anunciam redução dos juros e beneficiam pequenas e microempresas

Os bancos  Bradesco e Itaú anunciaram na manhã desta quarta-feira, 18, a redução de juros no crédito para pessoas físicas e empresas. Ontem, o Santander já havia anunciado o corte de algumas de suas taxas de juros para pequenas empresas.
As medidas são reflexo da pressão do governo, que por meio do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal está pressionando essas instituições a baixar os juros e o spread  (a diferença entre o custo que o banco capta recursos e a que ele empresta ao cliente). Na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que os bancos privados têm espaço para reduzir os spreads.Confira quais são as principais mudanças anunciadas por cada banco:

Bradesco
O banco ampliou o limite de crédito em mais R$ 15 bilhões, sendo R$ 9 bilhões para pessoas físicas e R$ 5 bilhões para pessoas jurídicas. Para as pequenas e microempresas, o Bradesco criou uma linha de crédito de R$ 1 bilhão para capital de giro e CDC (crédito direto ao consumidor) para aquisição de máquinas e equipamentos. A taxa para essa linha será de 2,90% ao mês, comparada à anterior de 5,56%, segundo o comunicado do banco.

Itaú Unibanco
Já no caso do  Itaú Unibanco,  a redução chegou a 66% no cheque especial, de forma que os juros passam a ser de a partir de 1,95% ao mês. Para as pequenas e microempresas houve cortes em várias linhas de empréstimos, segundo o banco, que afirma ter volume de crédito superior a R$ 70 bilhões para o segmento. No capital de giro as taxas serão a partir de 1,14% ao mês  e em desconto de duplicatas e cheques, a partir de 1,29% ao mês.  As novas taxas passam a valer a partir de segunda-feira, dia 23.

Santander

O banco vai reduzir as taxas de juros em algumas modalidades de crédito às empresas e decidiu implantar no Brasil um modelo de gerente unificado, para sócios de empresas com faturamento anual de até R$ 1 milhão, o que permite a redução em taxas de pacotes de serviços.  Isso significa que esses clientes passam a ter o mesmo gerente nas contas Pessoa Física e Pessoa Jurídica.

Segundo o vice-presidente executivo do Santander, Pedro Coutinho, com o novo serviço, o banco reforçará a gestão de risco, oferecerá maior acesso ao crédito e taxas mais competitivas. A centralização das contas  permite ao gerente conhecer melhor o cliente para apoiá-lo na gestão financeira do negócio e da vida pessoal, segundo o executivo. “No modelo tradicional, as informações ficam divididas entre gerentes e, às vezes, até bancos diferentes”, afirma. As tarifas dos pacotes de serviços terão redução na migração para esse modelo de 50%  a 100%.

A taxa para desconto de duplicatas, que variava de 2,51% a 3,89% ao mês, cai para mínima de 1,99% e máxima de 2,57% ao mês. A taxa mínima para desconto de cheques diminui de 2,34% para 1,87% ao mês, enquanto a máxima, que era de 3,21% passa para 2,49% ao mês. Por fim, a taxa de recebíveis de cartões, antes mínima de 2,54% e máxima de 3,27% ao mês diminui para 1,5% e 2% ao mês.

Fonte: Estadao.com.br

Empresa familiar deve cuidar do futuro hoje

Como gerir o patrimônio familiar? Quais os hábitos que levam esse tipo de empresa ao sucesso? A maneira como uma família aumenta o seu patrimônio empresarial e como lida com a riqueza acumulada ao longo das gerações foram algumas das questões analisadas pelo professor John Davis, durante a 8ª edição do Fórum HSM Family Business, realizada nesta semana na Capital paulista.
 
Davis, que lidera o programa de educação executiva Families in Business, da Universidade de Harvard, citou, como exemplo, a família Ford para demonstrar como o patrimônio, que cresce na primeira geração, pode cair "precipício abaixo" duas ou três gerações à frente. "Não perceber e não se adaptar às mudanças é uma das causas dessa grande dissipação", disse.
 
O especialista também citou, com base em dados da revista Forbes que, das 320 famílias mais ricas à frente de companhias nos EUA, integrantes do ranking entre 1982 e 1989  somente 103, ou um terço, permanecem até hoje. "São empresas que, descontada a inflação, conseguiram manter o crescimento de seus ativos em aproximadamente 6% ao ano, taxa que se elevou acima da média das demais e se mostrou substancial no longo prazo. A pergunta é: o que há de diferente nas que permaneceram?",  questionou Davis. 
 
Em geral, os negócios em família podem seguir por três vias diferentes, de acordo com o professor. A primeira é aquela em que o índice de crescimento dos ativos costuma ser menor que o índice de consumo tanto pelo empreendimento como pela família. Já a segunda baseia-se em perdas grandes, motivadas por investimentos ruins. E a terceira, a ideal, mescla continuidade de crescimento da família e de ativos. "O aumento desses ativos excede outros fatores (consumistas), e a família aprende a viver bem com isso."
 
Qual seria, então, o papel do grupo familiar para impulsionar o negócio? Conforme declarou John Davis, a ideia é focar no empreendedorismo inteligente, baseado em forte liderança e governança do clã. "E manter pelo menos um membro gerador de riquezas – ou seja, que tem a capacidade de assumir riscos e  confiança da família para isso, já que o apetite cai ao longo das gerações", explicou o professor de Harvard. Ele aconselhou os empresários a investir e diversificar nos ativos certos, reinvestir nas próprias empresas, ser leal ao que o pai ou o avô idealizaram também fazem diferença para os negócios.
 
Entre as atitudes/filosofias individuais em relação ao dinheiro, Davis alertou que a riqueza deveria manter a união familiar, não dividir. Por isso é importante fazer o patrimônio trabalhar a seu favor, ser disposto a apostar em riscos prudentes, ter respeito e responsabilidade pelo seu dinheiro e dos outros, além de se sentir engajado ao manter o negócio. "É comprovado que níveis mais elevados de patrimônio não são encorajadores. Cada um desses aspectos é influenciado de forma negativa pela presença da riqueza", alertou.  
 
Da abertura ao crescimento, maturidade e declínio de uma empresa, Davis explicou que, além de manter uma liquidez que não depende só de sua carteira, é preciso ser consciente do que acontece em seu setor e entender que o negócio de hoje não deve ser o do futuro. "Mas a grande maioria tem que trabalhar: não dá para esperar que a próxima geração cresça para que a riqueza cresça", ressaltou.
 
Trabalhar no vizinho para aprender
 
Como empreender sendo herdeira, e como saber abrir mão no momento certo sem se desligar totalmente do negócio familiar foi o tema da palestra de Ana Maria Diniz, filha do empresário Abilio Diniz, do Grupo Pão de Açúcar, no fórum HSM Family Business.
 
Ana, que trabalhou por 17 anos no grupo, como vice-presidente de Operações, passou pelas áreas de RH, Marketing e Serviço de Atendimento ao Consumidor, hoje é sócia-fundadora da Sykué Bionergia e da Axialent do Brasil, além de membro do conselho do Pão de Açúcar.
 
Em 1980, ao iniciar sua carreira como assistente de compras da empresa, entendeu a importância de "começar de baixo" e passar por todas as áreas da corporação. Trabalhar na Editora Abril, subordinada às regras de uma empresa que não era "a da família", foi determinante para definir sua trajetória, disse ela.
 
A empresária, que ao lado do pai participou ativamente de toda a reestruturação financeira da companhia nos anos 1990, explicou como o processo de mudança – de vida de executiva em família para ser empreendedora – costuma ser difícil. "Estava 'viciada' no negócio familiar, tamanho o poder que isso gerava. Só teria graça novamente se pudesse criar algo novo."  
 
O antídoto para não sofrer tanto com a passagem foi colocar um objetivo no negócio, escolher um bom time e saber administrar um orçamento mais enxuto, disse. "Mas, como continuo acionista (do Grupo Pão de Açúcar), não posso esquecer de cuidar do patrimônio, ter interesse genuíno no negócio. Mesmo seguindo caminho solo, é preciso cuidar bem do seu pedaço", finalizou.

Fonte: Diário do Comércio

Câmara aprova cobrança de ISS sobre publicidade na internet

O Plenário aprovou nesta quarta-feira (18), por 354 votos a 2, e uma abstenção, o Projeto de Lei Complementar 230/04, do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), que inclui na lista de atividades tributáveis do Imposto sobre Serviços (ISS) a veiculação de textos, desenhos e material de publicidade. A proposta será analisada ainda pelo Senado.
O imposto atingirá principalmente o uso de publicidade na internet e em outdoors, já que o texto exclui da cobrança as inserções feitas em livros, jornais, periódicos, rádio e televisão. A proposta foi aprovada na forma de uma subemenda do deputado Júlio Cesar (PSD-PI), que foi relator pela Comissão de Finanças e Tributação.

Veiculação
De acordo com o texto, apenas a atividade de veicular textos, desenhos e outros materiais de publicidade será tributada e não a locação dos espaços usados para a inserção deles. Segundo o autor da proposta, o imposto será cobrado de agências de publicidade e empresas de outdoor.
Também não entrarão na base de cálculo do imposto os descontos legais em favor das agências de publicidade, se elas estiverem envolvidas.
Segundo Mendes Thame, já existe jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) definindo que a veiculação deve ser tratada como serviço de publicidade, não se confundindo com os serviços de comunicação, que são tributados pelos estados por meio do ICMS. Ele afirmou que a regulamentação dá tranquilidade ao setor. "As empresas não terão de se preocupar com um passivo tributário futuro", ressaltou.
Internet
Na proposta aprovada na Comissão de Finanças, a internet também estava na lista de exceções para a cobrança. Na negociação do texto no Plenário, porém, ela foi retirada das exceções. O deputado Odair Cunha (PT-MG) defendeu a mudança: “A imunidade tributária não alcança serviços como banners que aparecem em sites”. Segundo Cunha, leis municipais deverão especificar os serviços que serão tributados.
A inclusão da internet foi criticada pelo líder do PPS, Rubens Bueno (PPS-PR). "A internet não é de um governo ou de um Poder, é da humanidade. Porque rádio, jornal e tv não pagam imposto e a internet tem de pagar?", questionou.
O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) disse que o acordo para tributar a publicidade na internet teve apoio dos provedores, que preferem a cobrança da menor alíquota. "Alguns estados estão cobrando 30% ICMS sobre a publicidade na internet, enquanto o ISS fica em 5%. Eles preferiram o ‘mal menor’ para fugir da fúria arrecadatória dos estados", disse Miro, que se declarou contrário à taxação da propaganda na internet.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Estudo detalha estilo de liderança da mulher empreendedora

Pesquisa com pequenas empresas do setor de comércio em São Carlos (interior de São Paulo) revela que as mulheres empreendedoras valorizam o trabalho em equipe e a comunicação com seus funcionários, ouvindo suas sugestões e percebendo suas necessidades. O estudo de mestrado realizado pela administradora Cintia Salomão na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP também mostra que as empreendedoras possuem alto nível de instrução.
A pesquisa se concentrou nas empreendedoras do sexo feminino e procurou identificar os estilos de aprendizagem e liderança predominantes nas dirigentes de pequenas empresas por meio de questionários. Na parte de aprendizagem, foram adotados os estilos identificados pelo pesquisador norte-americano David Kolb: “Acomodador”, “Divergente”, “Convergente” e “Assimilador”. Em liderança, foram empregados os estilos “Transformacional”, “Transacional” e “Laissez-Faire” (“Deixar fazer”), utilizados pelo estudioso norte-americano Bernard Bass.
Os estilos de aprendizagem mais encontrados foram o “acomodador” e o “divergente”, com 39,7% cada. “Ambos se caracterizam por uma preferência pelo trabalho em equipe”, ressalta a pesquisadora. “As mulheres do estilo ‘acomodador’ gostam de executar planos e desenvolver novas experiências, utilizando o aprendizado em benefício próprio, enquanto no ‘divergente’ o ponto forte é a percepção dos valores e do significado do aprendizado, com uma grande procura por novas ideias”.
Liderança
No aspecto da liderança, todas as empreendedoras apresentaram uma pontuação maior no Estilo Transformacional. A pesquisadora aponta que este estilo é visto como um processo compartilhado que envolve as ações dos líderes em diferentes níveis da organização.
Segundo a administradora, os líderes transformacionais procuram aumentar a percepção dos seguidores por meio de valores como liberdade, justiça e igualdade, ao invés de trabalharem com sentimentos como o medo, a ganância, o ressentimento e a aversão.
Ao todo, foram aplicados 63 questionários em empresas identificadas pela parceria com o Conselho da Mulher Empreendedora (CME) da Associação Comercial e Industrial de São Carlos (Acisc). A maioria (46%) atua no setor de vestuário, calçados e tecidos, seguida pela área de artigos de uso pessoal e doméstico (24%), que inclui bijuterias, acessórios, utensílios para o lar, entre outros. As empresas tinham, em média, de três a quatro funcionários.
A pesquisa mostra que 79% das dirigentes possuem curso superior. Entre estas, 19% fizeram especialização, 2% Mestrado e 2% Doutorado. O estudo teve a orientação do professor Edmundo Escrivão Filho, do Departamento de Engenharia de Produção da EESC. (Agência USP de Notícias )

Fonte: Canal Executivo

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Novo sistema modifica contabilidade de pequenos negócios

As informações contábeis das micro e pequenas empresas (MPE) brasileiras terão que migrar do papel para o computador. Uma nova ferramenta, o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), deve ser implantada até 2014 e é considerada um avanço na relação entre contribuintes e órgãos fiscalizadores. Para orientar os empresários sobre a importância da adequação ao sistema, o Sebrae na Paraíba firmou parceria com o Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos (Sindifarma). Uma palestra com o tema Entendendo o SPED, voltada aos proprietários de farmácias e drogarias, será realizada nesta terça-feira (10).

“O novo sistema traz mudanças fortes, e também benefícios. Faremos uma palestra informativa, de orientação aos empresários do setor de farmácia e, posteriormente, vamos organizar uma oficina para mostrar na prática como o sistema funciona”, destaca o contador e analista do Sebrae na Paraíba, Martinho Montenegro. Segundo ele, a instituição também está disponível para esclarecer dúvidas de outros setores sobre o SPED.

Para o presidente do Sindifarma, Herbert Almeida, a oportunidade é essencial para o setor. “O prazo de adequação é 2014, mas temos que nos antecipar, treinando e oferecendo um suporte às empresas. Muitas farmácias e drogarias ainda precisam melhorar a gestão e, para isso, é preciso treinamento”, afirma Herbert.

De um modo geral, o novo sistema irá modernizar o processo de transmissão das informações dos contribuintes para os órgãos fiscalizadores, utilizando a certificação digital. Segundo Martinho Montenegro, o novo sistema, além de integrar as informações contábeis na Receita Federal, ajuda o empresário a economizar impostos, por exemplo. “Alguns produtos retém o imposto na fonte. Com esse sistema, não há como o empresário pagar novamente o imposto, diminuindo as chances da bitributação”, explica o contador.

O SPED foi instituído pelo governo federal por meio do Decreto n° 6.022, de janeiro de 2007. Empresas com lucro real e lucro presumido, com faturamento acima de R$100 mil por mês, já estão adotando o sistema. As MPE ainda estão iniciando a adequação e devem estar prontas até 2014.


Fonte: Agência SEBRAE de Noticias

Você está à venda no atual supermercado da internet

Até não muito tempo atrás, havia um produto bem popular chamado software. Era vendido em lojas, em caixas seladas com película plástica. Para comprá-lo, bastava entregar o cartão de crédito ou um punhado de cédulas.
Hoje, há "apps" - pedaços isolados de software que residem na internet ou em seu smartphone. Para "comprar" um app, basta clicar um botão. Às vezes, custa alguns dólares. Mas muitos são de graça, pelo menos em termos monetários. Em geral, o usuário paga de outra maneira. Apps são vias de acesso - e, ao comprar um deles, é grande a probabilidade de que a pessoa esteja dando a seus criadores um dos artigos mais cobiçados na economia moderna: dados pessoais.
Alguns dos aplicativos mais populares no Facebook - joguinhos, testes e serviços de partilha de conteúdo que definem a rede social e a tornam tão atraente - estão coletando montanhas de informações pessoais.
Um exame de cem dos aplicativos mais populares do Facebook feito pelo The Wall Street Journal revelou que alguns buscam obter o endereço de e-mail, a localização e a preferência sexual, entre outros detalhes, não só do usuário do aplicativo, mas também de seus amigos no Facebook. Um serviço do Yahoo prestado via Facebook requer acesso às inclinações políticas e religiosas da pessoa para ser usado. O Skype, serviço popular para chamadas telefônicas via internet, busca fotos e aniversário de usuários e seus amigos no Facebook.
Yahoo e Skype afirmam que buscam essas informações a fim de personalizar os serviços para o usuário e que estão comprometidos em proteger a privacidade. "Dados compartilhados com o Yahoo são cuidadosamente administrados", disse um porta-voz da empresa.
O WSJ também testou seu próprio aplicativo, o "WSJ Social", que busca o e-mail do usuário e informações básicas contidas em seu perfil - e pede permissão para postar uma atualização sempre que a pessoa ler um artigo. Segundo uma porta-voz da publicação, a empresa só pede informações necessárias para que o app funcione.
Essa sede de dados pessoais reflete uma verdade básica sobre o Facebook e, por extensão, sobre a economia da internet de modo geral: o Facebook é um serviço gratuito pelo qual o usuário paga, na prática, suprindo detalhes sobre sua vida, suas amizades, seus interesses e suas atividades. Por sua vez, o Facebook usa essa leva de informações para atrair anunciantes, fabricantes de aplicativos e outros negócios.
Até poucos anos atrás, simplesmente não havia vastos repositórios de dados pessoais como esses, fáceis de acessar. Sua chegada vem provocando um debate profundo sobre a definição da privacidade numa era em que a maioria das pessoas leva consigo, o tempo todo, aparelhos capazes de transmitir informação.
Tirar partido de dados pessoais é um negócio lucrativo. A Facebook Inc. planeja para maio uma abertura de capital que poderia conferir à jovem empresa um valor de mercado de mais de US$ 100 bilhões na bolsa Nasdaq.
No site da Facebook, um aplicativo precisa pedir permissão antes de acessar dados pessoais de um usuário. No entanto, amigos do usuário não são avisados se informações sobre eles estiverem sendo usadas pelo app do amigo. Uma análise de atividades desses apps também sugere que a Facebook às vezes não faz valer suas próprias normas relativas ao sigilo de dados.
Em um comunicado, um porta-voz da Facebook disse: "Estamos focados em ajudar as pessoas a tomar decisões embasadas sobre os apps que optam por usar. Criadores de aplicativos aceitam nossa política ao se cadastrar. Se descobrirmos que um app violou essa política - através de nossos sistemas automatizados, equipes internas de fiscalização ou queixas de usuários -, tomamos providências".
Não é surpresa, obviamente, que a Facebook possa chegar a ter um conhecimento profundo da vida de usuários. É, afinal, uma rede social na qual usuários postam de livre e espontânea vontade seu nome, amigos mais chegados, fotos, preferência sexual ("interessado em homens", "interessado em mulheres"), escolas frequentadas e inúmeros outros detalhes, incluindo o que estão pensando em determinado momento, na forma de "atualizações de status".
Esse tipo de informação é a moeda corrente da economia de dados pessoais. O mercado de US$ 28 bilhões de publicidade na internet é movido, em grande parte, por dados sobre o comportamento de usuários na rede que permitem que anunciantes criem anúncios personalizados.
A "economia de aplicativos", que inclui apps para o Facebook e também smartphones, teria gerado US$ 20 bilhões em receita em 2011 com a venda de downloads, publicidade, "mercadorias virtuais" e outros produtos, segundo estimativas da firma de pesquisa de mercado Rubinson Partners.
Devido ao porte e à base de mais de 800 milhões de usuários, o Facebook está no cerne da economia de dados pessoais. Aplicativos populares podem rapidamente se tornar "virais" e atrair milhões de usuários - mas também sair de cena com igual rapidez. Isso explica por que certos aplicativos buscam faturar com a coleta do máximo possível de dados, na esperança de achar maneiras de lucrar com isso.
Além de coletar dados diretamente da conta de usuários no Facebook, certos aplicativos estão permitindo que firmas de publicidade não autorizadas monitorem usuários - de acordo com dados reunidos pela PrivacyChoice, empresa especializada em serviços ligados à privacidade. Isso poderia ser uma violação das políticas de publicidade no Facebook.
Normas da Facebook proíbem fabricantes de aplicativos de trabalhar com firmas de publicidade que não firmaram um acordo com a Facebook - um acordo que impede que anunciantes coletem informações pessoais. Dados da PrivacyChoice mostram, contudo, que dezenas de apps altamente populares estão usando firmas não autorizadas, sobretudo a Google, a maior empresa de publicidade na internet. Isso significa que usuários de aplicativos podem ser monitorados no uso do app pela Google e outras empresas. A Google afirma que anunciantes que utilizam seu serviço publicitário DoubleClick aceitam cláusulas que proíbem a coleta de qualquer informação que identifique um usuário.
Todo app é obrigado a pedir autorização do usuário para acessar seus dados no Facebook. Mas o modo como pede a permissão explora uma tendência básica do ser humano: a de ignorar um alerta quando este aparece com frequência. A ciência tem até uma palavra para isso: "habituação". A habituação ocorre quando as pessoas se acostumam a simplesmente apertar a opção "sim" quando veem um alerta ou aviso.
"Se a pessoa sempre vê um alerta, mas nada de ruim acontece na média dos casos, o grau de alarme cai" e ela passa a não prestar atenção, mesmo quando é preciso, disse Adrienne Porter Felt, que faz um doutorado em ciência da computação na Universidade da Califórnia e estudou solicitações de acesso a dados pessoais em apps de smartphones.
Estudos também sugerem que as pessoas têm dificuldade para entender longas listas de permissões, sobretudo se os termos forem técnicos. Mas há uma questão maior: ainda que entenda o que está ou não autorizando, a pessoa pode não estar ciente dos fins inesperados que seus dados podem ter no futuro.
Um bom exemplo ocorreu na semana passada, quando um escândalo envolveu um app para iPhone chamado "Girls Around Me" ("Garotas ao Meu Redor"). O app usava informações disponíveis publicamente na rede social Foursquare, baseada em localização geográfica, para permitir que homens localizassem mulheres próximas no mapa e vissem seus dados pessoais e fotos do perfil no Facebook.
Com o Foursquare, um usuário pode usar o celular para informar se está num café, num bar ou onde quer que seja. Foi concebido como um serviço para quem quisesse avisar amigos que pudessem estar nas redondezas. Com o "Girls Around Me", no entanto, era mais fácil para um estranho, digamos, localizar mulheres na área. O app provocou revolta e o Foursquare revogou seu acesso à localização de usuários. Num e-mail enviado ao WSJ, o criador do "Girls Around Me" disse que o aplicativo "dá ao usuário nada mais do que o app do Foursquare possa dar".
O caso sugere que discutir se dados pessoais no Facebook (ou qualquer outro serviço na internet) devem ter caráter "público" ou "privado" pode ser um equívoco. A verdadeira questão é saber como esses dados serão usados.
Helen Nissenbaum, professora especializada em privacidade da Universidade Nova York, disse que o "Girls Around Me" causou indignação por violar normas sociais contra o assédio a mulheres. Se a norma social fosse uma cerca, disse Nissenbaum, "qualquer pessoa ética, ciosa da lei, não iria pular uma cerca". Na ausência de leis ou normas sobre o uso de dados, diz, certas empresas de tecnologia se sentem autorizadas a usar informações de maneiras vistas como sinistras.
Nissenbaum recomenda a criação de "cercas" digitais para regir o uso de dados. Segundo ela, normas para uso de dados devem ser baseadas no contexto. Informações compartilhadas em um determinado contexto - como entre médico e paciente - não devem ser disseminadas de maneira que possa violar o contexto da situação original.
"Essas normas que encaramos como normas de privacidade não são só para o bem do indivíduo", sustenta Nissenbaum. "Manter o sigilo do voto, por exemplo, protege a integridade da democracia".
Enquanto tais leis não aparecem, o mercado de apps segue à toda. Embora aplicativos do Facebook em geral sejam gratuitos, também podem ser grandes negócios - sobretudo jogos que vendem "mercadorias virtuais". A fabricante de software Zynga, criadora de joguinhos populares como "FarmVille" e " CityVille", teve receita de US$ 1,14 bilhão em 2011 (não deu lucro, no entanto). A empresa abriu o capital em dezembro; hoje, seu valor de mercado é de mais de US$ 8 bilhões.
O modelo de privacidade do Facebook para aplicativos é considerado um dos mais avançados, pois o site enumera quase todo tipo de dado solicitado - e dá ao usuário o poder de dizer não quando um aplicativo pede certos dados. Apps para celular em geral não têm política de privacidade e não dão tanta informação e tanto controle sobre o uso de dados pessoais.
Em julho de 2009, o órgão de proteção da privacidade no Canadá, o Office of the Privacy Commissioner, conduziu um inquérito sobre o Facebook e descobriu que o site estava compartilhando um excesso de dados pessoais de usuários com fabricantes de apps sem avisar os usuários.
Hoje, o perfil no Facebook é automaticamente configurado para permitir que apps coletem todos os dados de amigos de um usuário à exceção de preferência sexual, religião e opiniões políticas. Isso significa, por exemplo, que mesmo que um usuário tenha indicado que seu aniversário, sua localização e suas atualizações de status sejam só para amigos, esses amigos podem aceitar um aplicativo que também terá acesso a essas informações.
Em 2010, o Facebook instituiu um novo modelo de alertas para apps. Quando um usuário tenta acessar um app, surge uma janelinha enumerando todo tipo de informação que o aplicativo vai querer.
Amy Vernon, escritora independente e consultora digital no Estado americano de Nova Jersey, disse que antigamente usava mais apps no Facebook, mas que a solicitação de permissões a deixou mais cautelosa. "É comum receber um convite de um amigo para um jogo, clicar no link, ver as permissões e decidir que não tenho tanta curiosidade assim sobre o aplicativo", disse. "Quase sempre digo não".
Mas, mesmo depois da adoção das janelas de permissão, a maioria dos usuários do Facebook ainda continuava sem entender que fim estava sendo dado a seus dados, segundo um estudo de pesquisadores da Universidade da Califórnia, no ano passado. Mais da metade dos entrevistados não sabia dizer que tipo de dado um app usado no estudo podia coletar. E cerca de 40% não entendia que quando autorizado a obter dados pessoais, um aplicativo podia até transferir os dados do Facebook para outro lugar.


 
Fonte: Valor Econômico

Faturamento de micro e pequenas empresas cresce 8,2%


As micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas registraram uma aceleração de 8,2% no faturamento real em fevereiro deste ano, em comparação com o mesmo mês de 2011.
Os resultados do período por setores foram indústria (+1,9%), comércio (+13,5%) e serviços (+3,4%).

As MPEs do comércio, que tiveram o melhor resultado do período, foram favorecidas pela elevação de 14% no valor do salário mínimo, injetado na economia no final de janeiro de 2012, e também pela "base de comparação fraca" - na comparação de fevereiro de 2010 com fevereiro de 2009, houve queda de 3,7% na receita das MPEs do comércio.

"Com o crescimento do mercado interno, as micro e pequenas empresas passam por um bom momento", analisa o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano.
Caetano acredita que "considerando somente o comércio, setor que puxou o resultado do mês, existem mais de 850 mil micro e pequenas empresas no estado de São Paulo.
Trata-se de um ambiente altamente competitivo, assim, as micro e pequenas empresas não devem descuidar da competitividade, mantendo-se atualizadas e sempre buscando a inovação".
A pesquisa destaca-se, também, que todas as regiões do estado tiveram resultados positivos no período: Região Metropolitana de São Paulo (+13,0%), interior (+3,7%), Grande ABC (+4,3%) e município de São Paulo (+13,0%).
Na comparação mensal, as MPEs registraram queda de 3,5% no faturamento real.
"A queda observada é atribuída ao "efeito calendário". Fevereiro de 2012 teve três dias úteis a menos que janeiro de 2012, por ser um mês mais curto e devido ao Carnaval. Um menor número de dias úteis influencia negativamente o faturamento das MPEs", explica o consultor do Sebrae-SP, Pedro Gonçalves.
Com esses resultados, as MPEs paulistas fecharam o 1º bimestre de 2012 com um aumento de 8,5% no faturamento real, na comparação com igual período de 2011.

Fonte: Brasil Econômico

O vício de estar sempre promovendo mudanças

De início, esse título pode parecer incoerente. Afinal, o vício é, por definição, ruim, enquanto mudar é bom e necessário em uma sociedade como a contemporânea. Então, para que lado penderia o argumento deste artigo?
Antes de seguir na análise, faço uma pequena digressão pelos cenários de mudança mais comuns nas empresas: o mundo corporativo está "viciado" em uma série de programas de gestão dessas situações. Eles consomem recursos volumosos e, não raramente, geram alto nível de estresse nas pessoas. Para agravar a situação, muitas vezes, antes mesmo da consolidação do programa original, novos programas são colocados em funcionamento. A grande pergunta é: eles conseguem resolver o que se propõem a resolver?
De acordo com os depoimentos dos presidentes das 500 melhores e maiores empresas brasileiras, em grande parte dos casos não se atinge o resultado esperado.
Um dos motivos do fracasso de inúmeros programas de mudança é que se buscam respostas "prontas" - ou seja, aplicam-se metodologias - a questões mal formuladas ou formuladas superficialmente. Não se investe tempo e energia na fase de diagnóstico, que chamamos de mapeamento.
As empresas querem soluções rápidas, acham que já conhecem os seus problemas. É bem verdade que normalmente os conhecem, mas raramente param para refletir sobre a origem deles. Além disso, com frequência os consultores, ou mesmo as escolas de negócio, estão prontos para vender as suas soluções e ajudam as empresas a embarcar nelas.
Outro motivo é que grande parte do desenvolvimento da mudança se concentra nas dimensões racionais da organização, ou seja, em processos, estrutura, estratégia.
Tem-se muita dificuldade de mergulhar com profundidade no campo mais emocional, principalmente porque lidar com cultura, pessoas e liderança significa lidar consigo mesmo, o que nem todos os gestores estão dispostos a fazer.
Ademais, muitas vezes os novos dirigentes se ocupam mais em "fazer barulho" do que em dar continuidade a um plano de longo prazo, consistente, que mantenha o programa em andamento, se ele for adequado. Operar uma mudança efetiva dá trabalho, exige persistência e até hoje, em diversas partes do mundo, a medição de resultados é um enorme desafio para os indicadores de Wall Street.
Outra armadilha comum é "delegar" a gestão da mudança à área de recursos humanos, que normalmente recebe a incumbência com alegria e orgulho. Não podemos deixar de enfatizar a importância da função RH em um contexto desses, porém ele não pode ser visto - nem se ver - como "dono" do processo.
A área precisa ter a postura firme de não receber um mandato que não poderá cumprir. Além disso, uma consultoria eventualmente envolvida deve se posicionar claramente, fundamentada em seu diagnóstico, ainda que sob risco de desagradar as pessoas que estão no poder e com isso não efetivar o contrato.
Certamente não se chegará a lugar nenhum sem a abertura e a disposição do time diretivo. No dia a dia deve-se considerar sempre que as pessoas precisam compreender as razões pelas quais é necessário mudar. Elas precisam querer mudar, adquirir novas competências e a operar de modo diferente.
É fundamental aprender a separar o joio do trigo, ou seja, saber quando a mudança é verdadeira e essencial e quando ela se torna apenas um teatro para a organização parecer moderna. Nesse teatro se configura o vício da mudança, e a consequência disso é que ela não se concretiza. A mudança só é saudável e eficaz se analisada e vivida de forma crítica, sem se tornar viciosa.


 
Fonte: Valor Econômico
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