Pessoas  desmotivadas ou mal humoradas estão entre as campeãs do antimarketing  pessoal, observam os consultores. “De nada adianta o indivíduo ser  altamente competente se ele vive de cara feia, para baixo”, observa  Lima. 
Outro fator que joga contra é o comportamento explosivo. “A inteligência  emocional é fundamental, talvez o mais importante”, considera. Esse  atributo, segundo ele, é uma “porta com a maçaneta virada para dentro” .  
Ou seja, somente o próprio indivíduo pode se ajudar, ao detectar e  corrigir alguma falha nesse sentido. Quem também deve nutrir esse tipo  de inteligência é o gestor, enfatiza o consultor Davison de Lucas.  Segundo ele, um chefe, por mais que bem instruído, mas sem o preparo  emocional, pode transformar equipes sólidas em castelos de areia. “Já  tive que afastar filhos de donos de empresas que acabariam com as mesmas  se continuassem à frente”, cita. 
Para ele, a inteligência emocional inserida no pacote de marketing  pessoal, também é preponderante. Tanto é que, observa Davison, a maior  parte das grandes empresas já está atenta a esse perfil. 
“Uma só pessoa pode contaminar o ambiente”, classifica. “É preciso  detectar o estágio moral e espiritual em que o profissional se  encontra”, salienta. 
Um sinal de marketing pessoal bem feito, descreve o especialista, é o  interesse do candidato sobre as políticas da empresa. “Hoje em dia as  entrevistas são abertas para perguntas também por parte dos candidatos.  Se ele se interessa pela política da empresa, para saber se vai se  enquadrar ou não, certamente é ponto positivo. É sinal de sinceridade.  Caso não haja compatibilidade, isso não deve ser forçado”, aconselha. 
Erros e acertos
Um caso emblemático de tiro certo em termos de marketing pessoal, citado  por Davison, é o da funcionária – nome não citado por ele – de uma  fábrica de sapatos de Jaú. Vinda do Nordeste e morando no Rio de  Janeiro, onde trabalhava em outra empresa, também no ramo calçadista,  ela se dispôs a ajudar, gratuitamente, expositores de Jaú que mostravam  produtos numa feira. “Ela sempre dizia: ‘quero auxilia-los, vi que vocês  estão com muito serviço e terão dificuldades em dar conta. Mas não  esqueçam, ainda vou trabalhar para vocês’”, repete o consultor, contando  que a moça foi contratada. “E ela não era sorridente. Mas tinha uma  disciplina exemplar”, acrescenta. 
Mas são os erros que ocupam a maior parte da lista apontada pelos  especialistas. Ligar para conhecidos, por exemplo, somente na hora do  aperto, é um deles, observa Ari Lima. “Mande cartões de Natal, telefone  nos aniversários. Isso sempre conta pontos”, recomenda. 
Já o autor de “Marketing Pessoal 100 Dicas...”, entra no campo da  idoneidade, também parte do “pacote”. “O costume de rachar a conta do  almoço e embolsar o dinheiro fornecido pela empresa para a alimentação é  algo reprovável na conduta e sabemos que muita gente faz. Não é uma  conduta ética”, condena. “A velha desculpa do ‘todo mundo faz’ não pode  ser seguida como regra”, acentua, citando outras “brasileirices”, como  se enrolar com promessas impossíveis de serem cumpridas ou a boa e velha  despedida cortês, mas nada sincera “apareça para um cafezinho”. “Não é  um convite de verdade. Há muita falta de comprometimento com a palavra,  tampouco antecipação. Veja o sufoco que é o último dia para entrega da  declaração do Imposto de Renda”, ilustra. 
Fonte: Jornal Cidade de Bauru 
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