sexta-feira, 1 de junho de 2012

Cursos on-line para quem não tem tempo a perder

Ricardo Papa, 28 anos, diretor comercial da construtora de sua família que leva seu sobrenome, sentiu a necessidade de atualizar conhecimentos em sua área de atuação e optou por um curso de capacitação indicado pela entidade do setor. Seu escritório fica em Pinheiros, e o curso era ministrado na Avenida Paulista. Todo dia, após o trabalho, Ricardo tinha que se deslocar até a região, enfrentar trânsito e assistir a quatro horas de aulas por dia, com grande quantidade de informação, durante uma semana. “Era muito maçante”, conta. Tirar dúvidas também era difícil, pois havia cerca de 50 alunos na sala. Na hora de fazer o segundo módulo, resolveu conhecer o curso on-line. A possibilidade de assistir às aulas quando e quantas vezes quiser, seja em um intervalo do trabalho ou em casa, e junto com membros da equipe, chamou sua atenção. “O sistema dá sessenta dias para que eu possa assistir a quarenta horas de aulas e ainda posso enviar dúvidas ao professor em chat online.” Para Adriana Gomes, coordenadora do núcleo de Estudos e Negócios em Desenvolvimento de Pessoas, da ESPM, o ensino à distância é tendência. “A necessidade de continuar estudando é uma realidade para o profissional, em qualquer área de atuação e segmento. Cursos on-line são facilitadores, principalmente nas grandes capitais, com dificuldades de deslocamento.”
Curta duração 
O Brasil ainda é carente deste tipo de ensino, mas há muita coisa disponível, que transpõe barreiras geográficas. Em geral, são cursos de curta duração, como os oferecidos pela Faculdade Instituto de Administração (FIA) e por profissionais autônomos de diversos setores da economia, mas há também os de média duração e até MBAs e pós-graduações, oferecidos pela Fundação Getulio Vargas (FGV). De forma gratuita, há pequenos cursos e materiais de apoio, como palestras e videoaulas, oferecidos por universidades nacionais ou instituições internacionais, como as universidades de Harvard, Stanford e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Os temas são ligados a negócios, economia e administração, como gestão, estatística e cálculo e discussões sobre a crise mundial, por exemplo.“É um meio das universidades fazerem marketing dos seus cursos e atrair novos alunos”, diz Elisabete Adami, coordenadora do curso de administração da PUC. A FGV tem cursos on-line nas áreas de gestão, direito e economia desde 1995, e os gratuitos já alcançaram 13 milhões de acessos. “A educação à distância chega como resposta ao desafio de preparar gestores qualificados em qualquer parte do Brasil”, aponta o professor e diretor da FGV Online, Stavros Xanthopoylos.Em outros países, destaca iniciativas da UOC, na Espanha; London School of Economics, na Inglaterra; Universidade de Phoenix, nos EUA; e Instituto Tecnológico de Monterrey, no México.
Processo estruturado 
Na FGV , os alunos são divididos em turmas e recebem acompanhamento permanente de professor-tutor, que fica responsável pelo grupo. “Eles orientam as atividades e estimulam a participação do aluno, para que ele se sinta parte de um processo estruturado e, com isso, não se sinta ‘solto’”, explica o diretor. Nos cursos há reuniões on-line e, nos MBAs e especializações, há encontros presenciais. Adriana alerta que quem quer buscar qualificação por meio do ensino à distância precisa ter disciplina, automotivação e se dedicar. “O aluno deve ser organizado e comprometido. Ele já não precisa se deslocar, então deve arranjar tempo para encaixar o estudo na rotina diária”, aponta.

Fonte: Brasil Econômico

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