quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Mobilidade derruba a fronteira entre pessoal e corporativo

Antes mesmo de a Apple lançar o iPhone e o iPad no Brasil, centenas de equipamentos já circulavam por aqui. A maioria comprada no exterior. O passo seguinte foi perceber que esses dispositivos passaram a entrar rapidamente nas empresas, pelas mãos dos executivos. É um fenômeno conhecido como Bring your own device (BYOD, em português “traga seu próprio dispositivo”) ou consumerização, no qual as pessoas levam para o ambiente de trabalho os seus equipamentos eletrônicos de uso pessoal.

Não demorou para ser acionada a luzinha de alerta entre os gestores de Tecnologia da Informação (TI). Afinal, com uma capacidade computacional cada vez maior e grande poder de conectividade, os smartphones e tablets passaram a representar um risco para a segurança das informações.

A TI, que ainda nem conseguiu encontrar alternativas para proteger 100% o ambiente corporativo dos dados que entram e saem através dos e-mails e pendrives, já se vê diante de um desafio que não é mais apenas tecnológico, mas também comportamental: o que fazer quando os aparelhos usados são do próprio profissional? Como separar o privado do corporativo? “Hoje é praticamente impossível delimitar isso, mas os gestores de TI precisam desenvolver políticas claras e que contemplem essa nova geração de profissionais, que está acostumada a utilizar esses dispositivos móveis”, comenta Guilherme Lessa, sócio diretor da HUB Competência.

Cada vez mais conectadas aos seus e-mails e redes sociais, é até natural que as pessoas queiram usar também no ambiente de trabalho os dispositivos móveis com os quais se sentem mais à vontade. Os funcionários querem trabalhar à sua maneira, reforça uma pesquisa realizada pela Cisco. O levantamento apontou que os dois principais benefícios do BYOD são a melhora da produtividade - com novas oportunidades de colaboração - e o aumento da satisfação no trabalho.

O levantamento foi feito com base em entrevistas com 600 líderes de tecnologia e de negócios dos Estados Unidos e mostrou que a TI está aceitando e, em alguns casos, adotando a consumerização como uma realidade. Pelo menos 95% dos entrevistados afirmaram que as organizações permitem o uso de equipamentos pessoais de alguma maneira no local de trabalho. 

Mas nem tudo são flores. A segurança e o suporte de TI são os principais desafios do BYOD. E, de fato, isso pode representar riscos. Um executivo que tenha dados corporativos no seu smartphone, ao perdê-lo, coloca em risco a sua corporação, já que outras pessoas podem ter acesso a informações sigilosas. Da mesma forma, ao usar a rede corporativa para acessar seus e-mails ou a internet, o usuário pode acabar levando vírus ou outros códigos maliciosos.

De acordo com a Airtight, uma das líderes globais em soluções de segurança para ambientes wi-fi, 60% das redes já admitem dispositivos pessoais externos. Porém, o gerenciamento, na maioria dos casos, ainda é falho. Essa é uma das conclusões de um estudo que ouviu 316 profissionais das áreas TI e segurança de redes.

A disseminação dos smartphones, tablets e notebooks avança no mundo corporativo, mas a segurança nos ambientes wi-fi ainda é o calcanhar de aquiles das redes ligadas a negócios. A perspectiva é que é o BYOD seja um movimento sem retorno, mas só se tornará maduro quando essa questão da segurança for resolvida.

Fonte: Jornal do Comercio

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