O sistema de microcrédito está ajudando a promover a inclusão financeira dos empreendedores que se encontram na informalidade. Aproximadamente 75% dos tomadores de microcrédito são pessoas com negócios informais. Os formais (empreendedores individuais, micro e pequenas empresas) representam apenas 25% dos empréstimos.
Segundo o diretor-técnico do Sebrae Nacional, Carlos Alberto dos Santos, o microcrédito desempenha um papel fundamental no potencial de formalização de pessoas físicas empreendedoras. Cerca de 2,5 milhões de pessoas já se formalizaram como empreendedores individuais (EI). Até 2015, a expectativa é de que sejam 4 milhões de empreendedores individuais. São cerca de cinco mil formalizações por dia, explica.
"Ao se tornarem empresas, na figura do EI, as pessoas podem acessar linhas de financiamento mais baratas, com recursos oriundos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), por exemplo. Hoje, os empreendedores na informalidade diminuem a rentabilidade do próprio negócio com o custo de capital elevado por meio de empréstimo pessoal em financeiras e cartão de crédito", afirma o diretor.
Pesquisa realizada em instituições de microfinanças mostra que o valor médio do crédito tomado por micro e pequenas empresas (MPEs) e por EIs, já formalizados, é 40% superior ao dos informais (média de R$ 2 mil).
Há mais de uma década, instituições de direito privado, sem fins lucrativos, chamadas de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), emprestam recursos aos empreendedores que estão na informalidade. "A tendência é que aumente o número de pessoas jurídicas na carteira de clientes das Oscips mediante a redução gradual do número de pessoas físicas", diz Carlos Alberto dos Santos.
Pesquisa, realizada em 2011 pelo Sebrae Nacional em conjunto com a Associação Brasileira das Instituições Operadoras de Microcrédito e Microfinanças (ABCRED), ouviu 75 das 103 Oscips cadastradas no Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Dentre as pesquisadas, 59,3% mantêm parcerias com o Sebrae para diversas ações, como consultorias e capacitação dos empreendedores para que passem a ofertar produtos e serviços adequados aos clientes.
A quantidade média de clientes é de 1.953 pessoas por instituição e a estimativa é que as Oscips, caracterizadas como "instituições de microfinanças", tenham efetivado mais de 200 mil contratos de microcrédito produtivo e orientado em 2011 no país. Em sua maioria para empreendedores nos setores de comércio (55%) e de serviços (28,1%). Boa parte dos empréstimos feitos às MPEs é oriunda de recursos próprios (68,5%).
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Fonte: Valor Econômico |
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
Dinheiro estimula a formalização de empreendedores
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