O comércio on-line brasileiro fechou 2011 com faturamento de R$ 18,7
bilhões, volume que registra aumento de 27% sobre a arrecadação do ano
anterior. E para 2012 os especialistas apostam em incremento acima de
20%. Neste mar de bons negócios, as pequenas, micro e médias empresas
(PMEs) estão abocanhando uma fatia cada vez maior do mercado. Os dados
mais pessimistas informam que em 2009 o setor respondia por 8% do
faturamento global de e-commerce nacional. Em 2011, o volume ficou entre
12% e 13%. E, para 2013, a expectativa é que as pequenas e médias
dominem de 28% a 30% dos ganhos. Tamanha performance fez dos menores a
bola da vez.
A presença das PMEs no balcão virtual da internet tende a crescer cada
vez mais, segundo os especialistas. Tudo graças a combinação de cinco
fatores poderosos. O primeiro é uma mudança no perfil de compras online.
“A classe A e B já passou da primeira fase do comprador on-line, quando
se adquire eletrodomésticos, informática e eletrônicos, disponíveis nas
grandes empresas, e está migrando para as menores, em busca de itens de
menor valor agregado, como moda, beleza e saúde”, diz Cris Rother,
diretora da e-bit, empresa especializada em pesquisa de e-commerce
nacional.
Outra mudança substantiva foi a chegada da classe C ao e-commerce.
Segundo levantamento da e-bit, em 2011, dos 9 milhões de novos
e-consumidores, 61% pertenciam a classe C. “Este cliente agora está
comprando eletrodomésticos, informática e eletrônicos nas grandes redes,
o próximo passo será migrar para as compras de menor valor agregado”,
afirma Cris.
O terceiro fator foi, em 2009, o início da operação dos canais
facilitadores de pagamento com cartão de crédito, que responde por 80%
das compras on-line. Empresas como Uol Pag Seguro, Pagamento Digital,
Moip, Mercado Pago e Pay Pal mudaram o paradigma das PMEs, que antes
padeciam com os custos para manter canais de pagamento com cartão. Com
os novos meios, aconteceu um boom dos nanicos na internet. Atualmente,
das cerca de 100 mil empresas operando on-line, 98% são PMEs, segundo
dados da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net). A
entidade prevê crescimento de 30% para o segmento em 2012. O quarto
fator é o barateamento dos custos para abertura de uma loja on-line.
Segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm),
antes de 2009 — quando as PMEs começaram a entrar na internet de maneira
mais massiva, o aporte mensal para um e-commerce alcançava R$ 5 mil.
“Hoje é possível manter um e-commerce atraente com investimento de R$
500 ao mês”, diz Maurício Salvador, presidente da ABComm.
Segundo ele, os custos tendem a despencar ainda mais em pouco tempo,
por conta das inúmeras inovações tecnológicas que chegam ao mercado. Bom
exemplo é o aplicativo gratuito disponibilizado pela Click to Shop, que
permite ao lojista abrir seu balcão de vendas em site, celular, blog e
até no Facebook. “Começamos com os planos gratuitos e ainda hoje metade
dos clientes opta por estes pacotes. Mas com os planos pagos, que
atraíram o setor corporativo, em oito meses o faturamento cresceu
2.500%. Mesmo se considerar que a base antes era bem baixa, os negócios
cresceram bastante”, diz Juliano Grahl, sócio da Click to Shop.
“O foco das PMEs deve ser o nicho porque nele pode se diferenciar
da grande, oferecer as variantes de um determinado produto que não estão
no catálogo das grandes, tornando-se conhecidas como especialista, o
que lhes permite cobrar um tíquete maior”
Gérson Rolim
Presidente da camara-e.net
Gérson Rolim
Presidente da camara-e.net
Fonte: Brasil Econômico
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