quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Empresas devem investir em inovação para vencer

As perspectivas para o cenário macroeconômico brasileiro são positivas para os próximos cinco anos, mas as empresas têm uma importante lição de casa para fazer se quiserem participar ativamente desse jogo: investir em inovação.
Dados do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) apontam que, no Brasil, a iniciativa privada investe apenas 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nessa área, enquanto na Coreia esse índice chega a 2,5% e, nos Estados Unidos, a 1,9%.
“Existe um gap importante que precisa ser contornado nos próximos anos”, alerta o presidente da IBM Brasil, Ricardo Pelegrini.
Ele participou ontem da abertura do IBM Fórum 2011, evento que reúne até hoje em São Paulo especialistas mundiais em tecnologia, clientes da multinacional e parceiros. 
Uma das alternativas para vencer o gargalo da falta de investimentos em inovação, comenta o executivo, passa pela ampliação das discussões sobre esse tema em todos os âmbitos.
Ele sugere ainda que os empresários procurem se inteirar das leis que existem hoje no Brasil e que podem facilitar os investimentos em inovação. É o caso da Lei do Bem e da Lei de Inovação, e de recursos que podem ser buscados através de instituições como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
“Nós mesmos fomos descobrindo novas possibilidades no momento em que resolvemos fazer no Brasil investimentos nessa área. As empresas precisam ir atrás”, defende. 
Por outro lado, o executivo diz que a parceria com o governo federal para estimular os projetos inovadores já está acontecendo, através de encontros capitaneados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com representantes do poder público. “Temos apresentado os nossos pleitos para áreas nas quais consideramos que existem medidas importantes a serem tomadas”, diz.
Um exemplo prático disso é a Sala de Inovação, projeto que está em fase de implantação pelo governo. A iniciativa visa a criar um ponto de integração nos diálogos entre empresas e o poder público federal. Com isso, a ideia é evitar que empresários interessados em investir em inovação tenham que passar por dezenas de interlocutores até encontrar o mais adequado para atender a sua demanda.
O executivo aproveitou para destacar que a empresa está na expectativa para a regulamentação do Programa Brasil Maior. A IBM será uma das empresas de Tecnologia da Informação (TI) brasileiras beneficiadas pela desoneração da folha de pagamento. “Essa lei vai aumentar a nossa competitividade”, projeta.

Centro quer atrair 150 cientistas nos próximos anos

Uma das grandes apostas da IBM no Brasil na área de inovação é o Service Inovation Lab (SIL), laboratório global de pesquisa da empresa integrado a outros oito espalhados pelo mundo. Localizada parte em São Paulo e parte no Rio de Janeiro, a operação foi inaugurada recentemente e já conta com cerca de 15 pessoas. A meta é chegar a pelo menos 150 cientistas nos próximos anos.
O líder global de serviços da IBM, Erich Clementi, diz que esses profissionais vão trabalhar de forma interligada com os mais de três mil cientistas da IBM do mundo todo, desenvolvendo soluções para atender a indústrias em projetos específicos.
O Service Inovation Lab tem como um dos seus focos o desenvolvimento de iniciativas voltadas para o segmento de recursos naturais, como óleo e gás. “É impressionante o potencial para pesquisa que existe nessa área no Brasil”, comenta Clementi.
Outra meta é atender às oportunidades de concepção de cidades inteligentes, que começam a surgir impulsionadas pela Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. “Não precisamos esperar até 2014 para colocar as cidades operando de forma mais inteligente”, diz Pelegrini, evidenciando que essa é uma das áreas estratégicas para a companhia. A empresa, que completa 100 anos em 2011, tem pressa.

Patricia Knebel

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