Os pequenos empreendedores poderão  contratar mais de uma operação de  microcrédito ao mesmo tempo, desde que  o valor total dos financiamentos  não ultrapasse R$ 20 mil. A decisão  foi tomada ontem (25) pelo  Conselho Monetário Nacional (CMN). 
Na reunião de hoje, o CMN  regulamentou parte das medidas do Programa Crescer, novo programa de  microcrédito para o setor produtivo, lançado ontem (24) pela presidenta  Dilma Rousseff.
As instituições financeiras também poderão   cobrar, no máximo, 3% de taxa de abertura do crédito (TAC) para o   microcrédito destinado à produção. Esse é o valor que o tomador do   microcrédito paga no momento de contratar o empréstimo. O limite vale   apenas para as linhas que não fazem parte do Programa Crescer. Nos   financiamentos do programa, o teto da TAC será 1%.
Para o  microcrédito às pessoas físicas,  destinado fundamentalmente ao consumo,  a TAC é limitada a 2% do valor da  operação. Anteriormente, o teto era  de 2% para o microcrédito a pessoas  físicas, 3% para o microcrédito  produtivo orientado e 4% para o  microcrédito produtivo geral.
O  CMN também obrigou os bancos com mais de  10 mil clientes com  financiamentos do Programa Crescer a adotar  controles internos. As  instituições deverão verificar se as operações  estão adequadas às  regras. A cada ano, os bancos terão de promover  auditorias internas  para revisar os financiamentos concedidos.
Para estimular os  bancos privados a também  oferecer empréstimos com juros baixos, o  Conselho Monetário Nacional  (CMN) determinou que as instituições  financeiras passem a destinar ao  Programa Crescer parte dos 2% dos  depósitos à vista que são obrigadas a  repassar para as linhas de  microcrédito em geral. A medida já havia sido  anunciada ontem.
De  acordo com o governo, esse percentual  será atingido de forma  escalonada: 10% a partir de 1º de janeiro de  2012; 40% em 1º de julho  de 2012; 60% em 1º de janeiro de 2013; e 80% em  1º de julho de 2013. Se  os bancos descumprirem a destinação, o dinheiro  será recolhido pelo  Banco Central como compulsório sem remuneração.
A chefe adjunta  do Departamento de Normas  do Banco Central, Sílvia Marques, disse que  atualmente, dos R$ 3,15  bilhões que deveriam ser destinados ao  microcrédito, pouco mais de R$ 1  bilhão estão retidos no Banco Central.  “A intenção do CMN é estimular o  microcrédito produtivo orientado, mas  não temos como garantir a  aplicação de 100% por meio de uma medida  regulatória.”
Jornal Contábil 
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