É cada vez maior o número de empresas que contratam especialistas em finanças pessoais para orientar empregados endividados. Muitas áreas de RH já perceberam a relação direta que existe entre produtividade e endividamento, sendo que profissionais com muitos problemas com dívidas tendem a ter desempenhos precários em função das pressões a que estão sendo submetidos.
Segundo Marcelo Maron, diretor financeiro do Grupo PAR, consultor em finanças pessoais e professor da UniEuro, de Brasília, o problema afeta todas as gerações mas, em particular, os mais jovens, que ainda não aprenderam a controlar o repentino acesso ao crédito que surge para todos aqueles que começam a receber salários.
“Algumas empresas que promovem palestras sobre como resolver problemas de endividamento se surpreendem com a elevada participação, o que é sempre um indicador do número de pessoas que enfrentam esse tipo de situação. Em algumas firmas, o número de pessoas com dívidas que estão se tornando problemáticas pode chegar a 90% dos empregados”, avalia Maron.
Para ele, o problema do endividamento no campo do trabalho ainda merece um melhor estudo, mas é fato inequívoco que ele afeta a produtividade das pessoas. Em alguns casos, explica, o endividamento pode prejudicar seriamente o profissional, a ponto dele forçar sua própria demissão visando receber as verbas rescisórias para pagar dívidas, ficando, depois disso, sem trabalho.
“Para pessoas com dívidas problemáticas, ou seja, que chegaram naquela fase incômoda onde o endividado começa a receber cartas e ligações de cobradores, o melhor a fazer é procurar ajuda especializada. Muitas empresas já perceberam que esse tipo de ajuda sai barato e tem ótimos reflexos na produtividade, uma vez que ajuda as pessoas a reorganizarem sua vida financeira", diz.
"Há até empresas que colocam linhas de crédito para os empregados, com juros muito inferiores aos de mercado, permitindo que eles troquem dívidas caras como cartão e cheque especial por outro tipo de dívida, com taxas mais controladas”, explica.
Para o consultor, dívidas contraídas com cartões e cheque especial, por exemplo, são dívidas ruins uma vez que são fáceis de contratar.
“Toda dívida fácil de contratar é cara, tem altas taxas de juros e deve ser evitada, pois elas rapidamente deterioram a saúde financeira de uma pessoa que vive de salário. O salário não cresce na velocidade da dívida", calcula.
"Apenas para termos uma ideia de quanto essas dívidas crescem rápido, a compra de um TV de 42 polegadas com o cartão, por exemplo, algo que sai por cerca de R$ 2.000,00, pode ser tornar uma dívida de R$ 1,5 milhão em 4 anos se o usuário do cartão não amortizar nada nesse período. A dívida para comprar uma TV vira uma dívida de um apartamento caro”, alerta.
Fonte: Canal Executivo
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