As micro e pequenas empresas (MPE) geraram 130 mil vagas de emprego em setembro, o que corresponde a 62% do total. Os pequenos negócios têm sido os grandes geradores de postos de trabalho. De cada dez vagas abertas nos nove primeiros meses de 2011, sete estão no segmento. No total, elas contrataram 1,3 milhão de trabalhadores desde janeiro. Os números foram levantados pelo Sebrae a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. O ministério considera como micro e pequena empresa aquelas que possuem um quadro de funcionários de, no máximo, 49 empregados, nos setores de comércio e serviços, e 99 trabalhadores, no setor industrial O ritmo menor da geração de emprego, segundo o diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, evidencia a tendência de desaquecimento da economia, diante das medidas de política monetária e fiscal adotadas pelo governo para controlar a inflação e garantir o crescimento com foco no mercado interno, ainda que reduzido frente às projeções iniciais. “No caso das micro e pequenas empresas, mesmo diante dessa realidade, a participação na geração de emprego ainda é bastante significativa”, destacou.
Carlos Alberto lembra que a participação dos pequenos negócios em cadeias produtivas e nas oportunidades decorrentes dos investimentos nos megaeventos esportivos podem ajudar na manutenção e até na abertura de postos de trabalho nos próximos meses. “Há ainda o maior movimento do comércio e serviços pressionados pelo crescimento da demanda nos últimos meses do ano”, assinalou.
Em setembro, o setor de serviços e o comércio foram os que mais contrataram. As MPE de serviços empregaram 61,8 mil pessoas apenas no mês passado. As de comércio contrataram 39,5 mil. As micro e pequenas indústrias de transformação geraram 22,3 mil vagas. As outras 7 mil contratações foram feitas pelos setores de construção civil, indústria extrativa mineral, serviços industriais de utilidade pública e pela administração pública. As pequenas propriedades rurais fecharam 4,4 mil postos de trabalho no mês.
As oportunidades geradas em 2011 beneficiaram a ex-professora de Brasília (DF) Ana Lúcia Berg, de 42 anos. Após nove anos sem trabalhar, Ana Lúcia decidiu voltar para o mercado de trabalho quando os filhos cresceram. Mas a volta não foi fácil. Ela precisou procurar por um ano e meio até conseguir uma oportunidade. Hoje trabalha como vendedora em uma loja de brinquedos educativos em Brasília. "Foi difícil voltar a trabalhar, mas agora estou muito feliz. Meu salário tem ajudado na renda da família", conta.
A expectativa é que até o fim do ano as contratações continuem crescendo, em função do aquecimento do comércio, com a proximidade do Natal. A Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem) estima que o comércio abra 147 mil vagas temporárias até o Natal. A associação estima que 29% desses trabalhadores sejam efetivados no emprego após as datas comemorativas. As empresas de comércio representam 52% do total de micro e pequenos negócios brasileiros.
Fonte: Agência de Notícias SEBRAE
Nenhum comentário:
Postar um comentário