quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Aumentam ações de incentivo para pequenas aderirem à inovação


Na segunda quinzena de setembro entrou em campo em São Paulo — maior concentração de micro e pequenas empresas (MPE) no país — a primeira turma de bolsistas do programa Agentes Locais de Inovação (Ali), uma das mais ousadas iniciativas da parceria Sebrae/CNPq no incentivo às MPE para aderirem aos programas de inovação. Esta primeira turma de 60 agentes do programa em São Paulo é constituída por profissionais de 15 áreas distintas, com formação superior. O projeto terá um total de 450 participantes no estado e será implantado em três ciclos. Outros 390 bolsistas já estão em fase de capacitação. Eles vão promover ações de inovação nas empresas aproximando-as de institutos de pesquisas, centros tecnológicos e universidades, com o propósito de promover a melhoria da competitividade. “Em campo, eles coletarão dados para avaliar o grau de competitividade e inovação de cada empresa e, junto com o empresário, vão elaborar um plano de inovação, validado por um técnico do Sebrae”, explica Sérgio Ricardo, coordenador do Ali no estado. Estes 450 Alis de São Paulo praticamente dobram o número de agentes com que o programa conta até agora no país. Até maio último, eram cerca de 500 e acompanharam mais de 14 mil empresas. A meta ao dobrar o quadro é levar orientações sobre inovação a 25 mil negócios, sendo 14 mil só no estado.
Ao Ali nacional, em parte pode ser atribuído o fato das MPE estarem sobrevivendo mais. Em 2011, segundo o Indicador Serasa de Falências e Recuperações, o número de pedidos de falência de MPE foi menor que nos dois anos anteriores. Foram 1.143 em 2011; 1.233 em 2010; e 1.512 em 2009. “Os dados da Serasa coincidem com os do Sebrae, o que mostra o aumento da taxa de sobrevivência das MPE. A cada 100 negócios, 73 sobrevivem nos dois primeiros anos, considerados os mais críticos”, afirma o presidente do Sebrae nacional, Luiz Barretto. O fato é que nos últimos 10 anos, as MPEs adquiriram grande relevância nas políticas públicas de desenvolvimento econômico implementadas no país. Segundo o superintendente regional do Sebrae-SP , Bruno Caetano, um levantamento recente realizado pela entidade mostra que no Brasil há 6,5 milhões de MPEs que faturam até R$ 3,6 milhões por ano. Na última década um bom contingente delas aderiu aos programas de inovação definidos tecnicamente pela adoção de um novo método produtivo; o lançamento de um produto ou serviço; e o acesso a novos mercados. A inovação, destacam os especialistas, foi um dos fatores decisivos para as MPE converterem-se numa importante alavanca para a elevação dos níveis de emprego e renda no país. De acordo com o Dieese, elas respondem por mais da metade do total de empregos formais gerados no Brasil e correspondem a mais de 90% das empresas brasileiras.
Mas, apesar da adesão crescente, a última pesquisa do Sebrae indica que 54% das 6,5 milhões de MPEs são consideradas “não inovadoras” - ou seja, não adotaram a nenhum dos três requisitos básicos de inovação. Do contingente de 46% de empresas que aderiram, 25% adotaram novos processos de produção; 24% um novo produto ou serviço; e 17% conquistaram um novo mercado. Ainda há dificuldades reais que contribuem para que mais da metade das MPEs constituídas no país ainda esteja fora de qualquer programa de inovação. Uma delas, é a ideia persistente entre os pequenos empresários de que inovação está restrita às empresas de grande porte ou àquelas de base tecnológica.
¦ REFORÇO
O total de participantes do projeto Ali em São Paulo será de
450
¦ META
Número de empresas que vão receber orientação deve ser de
25 mil
¦ REALIZADO
Número de empresas que já receberam orientação
14 mil

Fonte: Brasil Econômico 

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