Na segunda quinzena de setembro entrou em campo em São Paulo — maior
concentração de micro e pequenas empresas (MPE) no país — a primeira
turma de bolsistas do programa Agentes Locais de Inovação (Ali), uma das
mais ousadas iniciativas da parceria Sebrae/CNPq no incentivo às MPE
para aderirem aos programas de inovação. Esta primeira turma de 60
agentes do programa em São Paulo é constituída por profissionais de 15
áreas distintas, com formação superior. O projeto terá um total de 450
participantes no estado e será implantado em três ciclos. Outros 390
bolsistas já estão em fase de capacitação. Eles vão promover ações de
inovação nas empresas aproximando-as de institutos de pesquisas, centros
tecnológicos e universidades, com o propósito de promover a melhoria da
competitividade. “Em campo, eles coletarão dados para avaliar o grau de
competitividade e inovação de cada empresa e, junto com o empresário,
vão elaborar um plano de inovação, validado por um técnico do Sebrae”,
explica Sérgio Ricardo, coordenador do Ali no estado. Estes 450 Alis de
São Paulo praticamente dobram o número de agentes com que o programa
conta até agora no país. Até maio último, eram cerca de 500 e
acompanharam mais de 14 mil empresas. A meta ao dobrar o quadro é levar
orientações sobre inovação a 25 mil negócios, sendo 14 mil só no estado.
Ao Ali nacional, em parte pode ser atribuído o fato das MPE estarem
sobrevivendo mais. Em 2011, segundo o Indicador Serasa de Falências e
Recuperações, o número de pedidos de falência de MPE foi menor que nos
dois anos anteriores. Foram 1.143 em 2011; 1.233 em 2010; e 1.512 em
2009. “Os dados da Serasa coincidem com os do Sebrae, o que mostra o
aumento da taxa de sobrevivência das MPE. A cada 100 negócios, 73
sobrevivem nos dois primeiros anos, considerados os mais críticos”,
afirma o presidente do Sebrae nacional, Luiz Barretto. O fato é que nos
últimos 10 anos, as MPEs adquiriram grande relevância nas políticas
públicas de desenvolvimento econômico implementadas no país. Segundo o
superintendente regional do Sebrae-SP , Bruno Caetano, um levantamento
recente realizado pela entidade mostra que no Brasil há 6,5 milhões de
MPEs que faturam até R$ 3,6 milhões por ano. Na última década um bom
contingente delas aderiu aos programas de inovação definidos
tecnicamente pela adoção de um novo método produtivo; o lançamento de um
produto ou serviço; e o acesso a novos mercados. A inovação, destacam
os especialistas, foi um dos fatores decisivos para as MPE
converterem-se numa importante alavanca para a elevação dos níveis de
emprego e renda no país. De acordo com o Dieese, elas respondem por mais
da metade do total de empregos formais gerados no Brasil e correspondem
a mais de 90% das empresas brasileiras.
Mas, apesar da adesão crescente, a última pesquisa do Sebrae indica que
54% das 6,5 milhões de MPEs são consideradas “não inovadoras” - ou
seja, não adotaram a nenhum dos três requisitos básicos de inovação. Do
contingente de 46% de empresas que aderiram, 25% adotaram novos
processos de produção; 24% um novo produto ou serviço; e 17%
conquistaram um novo mercado. Ainda há dificuldades reais que contribuem
para que mais da metade das MPEs constituídas no país ainda esteja fora
de qualquer programa de inovação. Uma delas, é a ideia persistente
entre os pequenos empresários de que inovação está restrita às empresas
de grande porte ou àquelas de base tecnológica.
¦ REFORÇO
O total de participantes do projeto Ali em São Paulo será de
450
O total de participantes do projeto Ali em São Paulo será de
450
¦ META
Número de empresas que vão receber orientação deve ser de
25 mil
Número de empresas que vão receber orientação deve ser de
25 mil
¦ REALIZADO
Número de empresas que já receberam orientação
14 mil
Número de empresas que já receberam orientação
14 mil
Fonte: Brasil Econômico
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