Contratar um parente para sua empresa pode ser uma ideia a se
considerar. Você geralmente o conhece há anos, sabe de seus
antecedentes, temperamento e até nutre com ele uma vivência por vezes
saudável, estabelecida fora dos limites do universo corporativo.
Mas o inverso também é verdadeiro e, nesse caso, contratar um
parente para sua empresa pode ser uma ideia problemática. Em um dado
momento, você conclui que não o conhece tão bem assim, descobre que
antecedentes não são garantias de um temperamento amistoso no trabalho e
que o histórico de vivência pode se tornar o estopim para
insubordinações.
E já que o assunto é controverso, a solução para o dilema, diz a
consultora Patrice Gaidzinski, coordenadora do curso negócios familiares
da HSM Educação, é pensar com calma, evitar precipitações. Não existem
provas de que recrutar um parente pode vir a ser uma boa ou uma má
ideia.
"Pode até ser bom ter um familiar na empresa. Desde que ele venha para somar”, destaca.
Para auxiliar o empresário nessa reflexão, Patrice sugere quatro
dicas que, se obervadas com atenção, têm tudo para minimizar os riscos.
Vale a pena refletir sobre o tema.
Trate todo mundo do mesmo jeito
Patrice Gaidzinski é reticente. Para ela, não existe prova de
que é ruim ou bom contar com um parente na folha de pagamento da
empresa. Se positivo ou negativo, o resultado vai depender da estrutura
do empreendedor. “A empresa precisa estar preparada para receber todos
os funcionários. E tratar de maneira profissional a todos”, diz ela. “É
preciso investir na profissionalização”, afirma.
Desenvolva ferramentas de controle
E já que o assunto é profissionalização, uma dica da consultora é
desenvolver ferramentas de avaliação de desempenho e aplicá-la a toda a
equipe. Sem distinção de sobrenome ou tempo de empresa. “Com isso, o
empresário vai poder, objetivamente, oferecer um retorno sobre os
funcionários e ajudá-los a desenvolver suas habilidades. Seja ele
parente ou não”.
Evite subordinar um parente a outro parente
Tudo bem, você é dono da empresa e contratou seu primo. A ideia
deu certo. Daí você cresceu um pouco mais, promoveu o primo eficiente,
ampliou o organograma e, para ocupar a nova vaga, foi buscar outro
parente. Tudo certo? Para Patrice, tudo errado. “Evite criar
organogramas com parentes chefiando outros parentes. Existem empresas,
por exemplo, que proíbem que casados trabalhem juntos. Qualquer
dificuldade na vida pessoal deles vai influenciar o ambiente da
empresa”.
Resista aos apelos da tia
Sabe o primo que não para em emprego, mas tem uma mãe amada pela
família? Pois o desafio do "familiar-empreendedor" é, segundo Patrice,
resistir aos apelos da tia querida. “Se você colocar um parente difícil
em sua empresa, os funcionários vão perceber que ele tem desempenho
inferior e podem até ficar desmotivados”, conta Patrice.
Fonte: Estadao.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário