Quando Will Wright lançou em 2000 o jogo eletrônico The Sims jamais imaginou que sua obra daria frutos para diversas inovações. O simulador de vida que permite que o jogador controle a rotina do personagem, desde suas necessidades básicas, como comer e dormir, até seus empregos e relacionamentos ganhou espaço no universo corporativo.
Desenvolvido pela Integra Global, a Expobusiness simula a atmosfera de uma feira de negócios em um ambiente de terceira dimensão (3D). Por meio da plataforma é possível encontrar os estandes, negociar com a empresa e fazer o download de catálogos de produtos.
Aquiles González, diretor da Integra Global explica que as feiras virtuais criam o mesmo ambiente que o participante encontra nas convenções presenciais. "A feira virtual não substitui a real. Ao contrário, ela potencializa o evento presencial", destaca.
Para ele, a ferramenta on-line aumenta a possibilidade de negócios na feira real e a visibilidade do evento. "Analisamos as últimas feiras e vimos que o número de visitantes online ao evento é cinco vezes maior do que o das feiras reais estudadas."
Entre as vantagens desse modelo está, principalmente, a redução nos custos. González conta que um estande de 20 metros quadrados em uma feira presencial custa em média R$ 35 mil por três dias de eventos. "Na plataforma online, o estande virtual custa de R$ 500 a R$ 1.500 por mês."
O executivo explica que é possível que o organizador do evento monte a feira virtual assim como ocorre no jogo The Sims. Dentro da plataforma ficam disponíveis várias interfaces onde as empresas podem escolher seu melhor modelo de estande.
"Uma feira presencial dura em média três dias. A plataforma permite que a versão on-line fique ativa de dois a três meses ampliando as negociações feitas entre participantes e expositores", explica.
Sem limites para estandes, o executivo conta que em uma das feiras on-lines participaram 100 expositores virtuais. "Em parceria com o organizador do evento podemos montar uma feira em 30 minutos usando as interfaces disponíveis. Também é possível que ele faça algo mais personalizado."
Jeitinho brasileiro
Com 15 feiras virtuais em seu portfólio, a Expobusiness já recebeu cerca de 100 mil visitantes. Aquiles González, diretor da Integra Global conta que a ideia surgiu em 2010, após a empresa perceber a forte influência que esse tipo de plataforma exercia em outros países como, por exemplo, os Estados Unidos.
"Sentimos a necessidade de plataformas que pudessem ajudar na divulgação das empresas. Só que para colocar essa operação em funcionamento no Brasil tivemos que entender a infraestrutura local e as necessidades dos usuários."
Segundo o executivo, a plataforma brasileira é um produto leve motivado pela limitação de acessos por meio da banda larga.
Além disso, Gonzáles destaca que a Expobusiness é um produto simples em que qualquer expositor pode administrar o que acontece em seu estande sem precisar da ajuda de um profissional de tecnologia.
"Por meio da plataforma é possível interagir com os expositores através de um chat. Caso ele não esteja disponível fica registrado o nome do usuário que visitou o estande."
Em sua quarta versão, a plataforma Expobusiness permite que os expositores façam a atualização automática de conteúdo na "Fan Page" do Expositor no Facebook, criação de e-mail marketing, ante-sala de pavilhões e estandes mais interativos.
Quem apostou neste modelo de interação virtual foi a Curriculum.com.br, empresa de armazenamento e administradação de currículos. No ano passado, a companhia realizou sua segunda edição da feira virtual de estagiários e trainees da América Latina.
Em parceria com uma empresa europeia, desenvolvedora de toda a tecnologia do evento, a feira recebeu em duas semanas mais de 105 mil visitas e recebeu mais 32 mil currículos de profissionais interessados em trabalhar em alguma das empresas expostas no evento.
No espaço, os candidatos puderam realizar um teste de afinidade, que fornece ao profissional sua compatibilidade com as empresas participantes, além de palestras virtuais de diversos executivos.
Fonte : Brasil Econômico
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