“Ou você cresce ou você fecha.” Foi essa a conclusão da chef de cozinha e  empresária Letícia Pimenta ao descobrir que seria necessário dar um  novo passo para manter o bufê de mais de 10 anos no mercado. A  necessidade de expandir é na maioria das vezes acompanhada por um forte  receio quanto às consequências que um faturamento maior pode ter,  especialmente em termos tributários. Com Letícia não foi diferente. A  chegada de 2012 traz um novo empurrão para os negócios.
Depois de  cinco anos de espera, começam a valer hoje os novos limites de receita  bruta para enquadramento no Simples Nacional com reajuste de 50% em  todas as faixas. Empresários com faturamento de até R$ 60 mil ao ano  poderão se enquadrar como empreendedores individuais, contra a exigência  anterior de R$ 36 mil. Para as pequenas, o faturamento máximo pulará de  R$ 2,4 milhões para R$ 3,6 milhões, beneficiando 3,9 milhões de  empresas. Este tem tudo para ser o ano de grandes expansões, tema da  última reportagem da série Feliz vida nova, que o Estado de Minas  publica desde 26 de dezembro.
Um dos sinais mais claros de que a  empresa está preparada para dar mais um passo em busca de novos mercados  é o equilíbrio que se alcança no processo de gestão. “Neste ponto,  estão conciliadas as questões administrativas, de compra e venda de  produtos. Além disso, o gerenciamento está bem estruturado”, explica a  gerente de atendimento ao empreendedor do Sebrae-MG, Mara Veit. Se os  problemas de gestão não foram superados, o aconselhável é adiar o  crescimento. “Para ampliar, é exigida uma reestruturação dos negócios.  Se a empresa não está bem constituída, expandir pode levar ao fracasso”,  acrescenta.
Para ter certeza de que este era o caminho certo a  seguir, durante dois anos Letícia trabalhou com afinco a ideia de  expansão. “Fiquei um pouco relutante em mudar porque os investimentos  são altos”, explica. Desde 2010, cerca de R$ 100 mil já foram aplicados  na ampliação da fábrica e abertura da loja J’adore, especializada na  venda de congelados gourmets. “Ao longo da primeira década de vida fomos  adquirindo novos equipamentos, conhecimento de mercado e o negócio  começou a inchar. Chegou então um ponto em que a estrutura não aguentava  mais e não havia outra saída”, pondera Letícia, que planeja fechar este  ano com chave de ouro. “A expectativa é de que em 2012 a empresa passe  de pequena para média.”
Um dia após outro O analista de políticas  públicas do Sebrae-MG Jefferson Amaral pondera que os passos rumo à  expansão devem ser dados um a um. “O empresário precisa saber que as  conquistas demandam tempo. A cada etapa é preciso solidificar a posição  alcançada”, observa.
Conquistar clientes e atingir um novo nicho  de atuação também exigem conhecimento. “É sempre aconselhável fazer uma  pesquisa antes de tomar qualquer decisão quanto à abertura de uma filial  ou lançamento de produtos”, afirma. Direcionar o negócio baseado no  “feeling”, sentimento ou impressão de que aquele é o melhor caminho, tem  se mostrado muito arriscado. “Isso existiu muito no passado, hoje não é  mais possível”, explica Jefferson.
Os concorrentes também devem  ser analisados de perto e, muitas vezes, é por meio deles que o  crescimento tem mais chances de prosperar. “A solução pode estar na  união de esforços com o concorrente, fazendo compras em conjunto, por  exemplo”, observa Jefferson.
Fonte: EM.com.br
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