Um em cada quatro brasileiros tem um negócio ou está criando um. Com
isso, o Brasil tem a oitava maior proporção de empreendedores em relação
à população adulta, entre 54 países pesquisados no mundo. Tailândia e
China lideram o ranking. Os EUA vêm em 16°. Para medir o nível de
empreendedorismo, a taxa considera negócios formais e informais em
estágio inicial (abertos até três anos e meio) e os estabelecidos (mais
de três anos e meio).
Os dados serão apresentados hoje e fazem parte da 12ª edição da GEM
(Global Entrepreneurship Monitor), feita pelo Sebrae em parceria com o
Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade.
No Brasil, são 27 milhões de empreendedores, ou 27% da população adulta, com idade entre 18 e 64 anos.
O número é 28,5% maior do que o registrado em 2010. "Com a melhora no
ambiente econômico e diminuição do desemprego, o empreendedorismo passa a
ser uma opção por oportunidade e não necessidade", diz Carlos Alberto
dos Santos, diretor técnico do Sebrae nacional.
No ano passado, para cada empresa aberta por necessidade (devido a
perda de emprego, por exemplo), outras 2,24 foram abertas porque o
investidor enxergou uma oportunidade de negócio.
Em 2002, essa proporção era inversa: para cada negócio aberto por necessidade, 0,77 era por oportunidade.
"Saímos do empreendedorismo de fundo de quintal para negócios feitos
por profissionais mais capacitados", diz Marcelo Nakagawa, coordenador
do centro de empreendedorismo do Insper.
Além de mais profissionalizado, o empreendedor está mais regionalizado e
otimista, diz ele. Nordeste e Centro-Oeste se destacam.
Entre os que estão no mercado há menos de três anos e meio, 58% têm a
percepção de que, nos próximos seis meses, há boas oportunidades para a
criação de negócios. Na média dos 54 países, esse percentual era de 39%.
Quase a metade dos empreendedores em estágio inicial (até três anos e
meio) informou ainda ter pretensão de contratar entre uma e cinco
pessoas em cinco anos. "Como houve mais formalização no país, é natural
que isso se reflita no empreendedorismo", diz Fernando Barbosa Filho,
professor da FGV.
Após 23 anos no ramo automobilístico, José Walderez Pinto, 51, se
aposentou e decidiu vender roupas em um shopping da zona leste. "Vi que
havia espaço para vender produtos de mais qualidade. Aproveitei a
oportunidade." A meta é recuperar o investimento em 18 meses.
Fonte: Folha de S.Paulo
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