sexta-feira, 11 de maio de 2012
Avalie os riscos e os lucros ao passar de funcionário a sócio
Após atuar como tenista profissional, migrar para o universo executivo e chegar à diretoria de uma multinacional no Brasil, Luiz Gustavo Mariano, de 31 anos, aceitou o desafio de abrir o próprio negócio. Montou a Flow Human Capital, consultoria de recrutamento de executivos em 2011 com cinco sócios.
A empresa já nasceu seguindo uma tendência mundial: permitir que colaboradores entrem na composição societária.
"Essa filosofia visa alinhar melhor objetivos corporativos com individuais e metas de curto prazo com as de longo prazo", considera. A Flow tem 20 funcionários e, em julho, os sócios devem se reunir pela primeira vez para tratar da possibilidade de algum dos colaboradores entrarem na sociedade, baseado na meritocracia e na convergência de valores.
"O caminho para isso é encarar o negócio como se fosse seu e entregar resultados", completa. Na Flow, há níveis de sociedade e, dependendo daquele em que se encaixa o profissional, ele participa de determinadas decisões.
Casado há três anos, com uma filha recém-nascida, Mariano diz que a principal mudança que sentiu ao passar de colaborador de multinacional a sócio foi o fato de analisar melhor ônus e bônus de cada decisão para o coletivo.
De acordo com ele, um dos objetivos de trazer o modelo de "partnership" para o negócio é que a pessoa não tenha de sair da empresa para empreender.
Bernardo Cavour, outro sócio da Flow, vai além e afirma que isso se torna tendência por conta do momento econômico do Brasil, cheio de oportunidades que aguçam o espírito empreendedor, e também porque traz retorno.
"As companhias que adotam têm resultado superior", ressalta, exemplificando com o BTG Pactual e a XP Investimentos.
Os exemplos do mercado financeiro não são à toa. Neste setor, assim como na advocacia, contabilidade e serviços em geral, o modelo do colaborador que se torna sócio é mais adotado.
"Nestes setores, o capital humano é um diferencial, ao contrário do que ocorre na indústria automotiva ou de óleo e gás."
A advogada Andrea Giamondo Massei Rossi, 42 anos, que se tornou associada do escritório Lobo & de Rizzo Advogados há pouco mais de um ano, recebeu a proposta para se tornar sócia neste mês, tornando-se assim o principal nome na área trabalhista do escritório.
"Minhas responsabilidades agora deixam de ser compartilhadas. A bola está na minha mão", pondera, sobre atribuições como prospecção de clientes, negociação de honorários e mesmo gestão da imagem de sua área no mercado.
Andrea resolveu aceitar o convite por conta do retorno financeiro - mas não só. "Este é um caminho natural para quem pretende carreira na área jurídica em escritórios", destaca a advogada, que não deixa de sentir frio na barriga e diz que a resposta positiva para a proposta de ser sócio só deve ser dada por quem gosta de desafios.
"A pressão aumenta bastante", alerta. É por isso que ela tomou o cuidado de tratar a questão também com a família.
"Dividi isso com meu marido e com meu filho de nove anos, afinal de contas, existirão necessidades como passar mais tempo na empresa. A boa estrutura em casa, que permite que se tenha tranquilidade, é fundamental."
Marshal Raffa, diretor executivo da Ricardo Xavier Recursos Humanos, aponta que o profissional deve estar preparado para ser sócio e que ele deve conhecer a companhia.
"A sociedade implica em responsabilidade jurídica. Quando a empresa não é saudável financeiramente e não é politicamente correta, pode ser que o profissional tenha de aportar capital ou responder pelos atos." Vale quanto pesa?
Fonte: Brasil Econômico
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