quarta-feira, 30 de maio de 2012

Má gestão é o principal motivo para o fracasso

Um dos maiores obstáculos das redes e franqueados no caminho do sucesso são os problemas de gestão, segundo empresários ouvidos pelo Valor. Em alguns casos, para colocar a empresa nos trilhos, é preciso reformular estratégias de expansão, investir na capacitação dos funcionários ou assumir o gerenciamento total da operação.
Depois de se associar a restaurantes, distribuidoras e farmácias, o empresário Miguel Yazeji comprou a marca Toca do Biscoito, em 2008. Precisou reformular a empresa e investir em um plano de expansão. Hoje, a companhia especializada no varejo de chocolates, biscoitos e doces tem 20 unidades no Rio de Janeiro e deve abrir mais 15 pontos neste ano.
No início do negócio, o maior entrave era a relação rede-franqueado. "Os lojistas já estabelecidos precisavam de motivação e de uma maior proximidade com a franqueadora", diz Yazeji. "Montamos um plano de ação com reuniões individuais e apresentamos os novos objetivos da marca. Agora, os investidores estão mais ligados à direção e participam de treinamentos e convenções."
O faturamento da rede aumentou 40% após a primeira fase do reposicionamento, que ainda continua. Um escritório de arquitetura foi contratado para mudar o layout das unidades e há um estudo em andamento para viabilizar franquias em outros Estados. "O mercado paulista é o nosso alvo."
Segundo Júlio Monteiro, sócio da consultoria Serses, que atua na formatação de redes, os treinamentos oferecidos pelas franqueadoras são importantes para que os investidores entendam a "alma do negócio" e possam acelerar a operação. Mas, antes disso, o empresário deve realizar um estudo de viabilidade para planejar metas financeiras a médio e longo prazo.
Quando assumiu, no Rio de Janeiro (RJ), uma franquia da Sankhya, da área de tecnologia, Sandro Gatto teve de driblar a falta de conhecimento da marca no mercado fluminense e a consolidação dos concorrentes regionais. "Também não foi fácil contratar mão de obra especializada", lembra. A volta por cima começou a partir da capacitação de colaboradores e da melhoria dos processos seletivos, que tornou a empresa mais assertiva nas contratações.
Com 35 funcionários, a empresa faturou R$ 3 milhões no ano passado e deve alcançar R$ 5 milhões em 2012. "Sugerimos à rede trabalhar em outros países e a expansão internacional começou este ano, via Portugal." Em até cinco anos, Gatto já espera abrir um novo negócio, em outro Estado.
Para Rodrigo Fabro, a solução foi passar de funcionário a sócio de uma clínica da Sorridents, em São Paulo. "Trabalhava apenas como dentista e me tornei sócio para aplicar um novo modelo de gestão e evitar a falência da companhia, da área de serviços odontológicos", lembra. Inicialmente, detinha 10% da sociedade e aplicou R$ 75 mil no negócio. Depois de quase dois anos, injetou mais R$ 230 mil e conquistou 49% da franquia.
A transição de Fabro para gestor ajudou a alavancar o caixa da clínica. O faturamento da empresa de sete funcionários superou R$ 1 milhão no ano passado e a estimativa de crescimento em 2012 é de 15% a 20%. Para tornar-se um bom gerente, investiu em cursos, palestras e vídeos motivacionais.
No próximo ano, Fabro deseja abrir outra franquia da Sorridents e já pesquisa novas opções de redes na área de alimentação. 

Fonte: Valor Econômico

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