Um
dos maiores obstáculos das redes e franqueados no caminho do sucesso
são os problemas de gestão, segundo empresários ouvidos pelo Valor. Em
alguns casos, para colocar a empresa nos trilhos, é preciso reformular
estratégias de expansão, investir na capacitação dos funcionários ou
assumir o gerenciamento total da operação.
Depois de se associar a restaurantes, distribuidoras e farmácias, o
empresário Miguel Yazeji comprou a marca Toca do Biscoito, em 2008.
Precisou reformular a empresa e investir em um plano de expansão. Hoje, a
companhia especializada no varejo de chocolates, biscoitos e doces tem
20 unidades no Rio de Janeiro e deve abrir mais 15 pontos neste ano.
No início do negócio, o maior entrave era a relação rede-franqueado.
"Os lojistas já estabelecidos precisavam de motivação e de uma maior
proximidade com a franqueadora", diz Yazeji. "Montamos um plano de ação
com reuniões individuais e apresentamos os novos objetivos da marca.
Agora, os investidores estão mais ligados à direção e participam de
treinamentos e convenções."
O faturamento da rede aumentou 40% após a primeira fase do
reposicionamento, que ainda continua. Um escritório de arquitetura foi
contratado para mudar o layout das unidades e há um estudo em andamento
para viabilizar franquias em outros Estados. "O mercado paulista é o
nosso alvo."
Segundo Júlio Monteiro, sócio da consultoria Serses, que atua na
formatação de redes, os treinamentos oferecidos pelas franqueadoras são
importantes para que os investidores entendam a "alma do negócio" e
possam acelerar a operação. Mas, antes disso, o empresário deve realizar
um estudo de viabilidade para planejar metas financeiras a médio e
longo prazo.
Quando assumiu, no Rio de Janeiro (RJ), uma franquia da Sankhya, da
área de tecnologia, Sandro Gatto teve de driblar a falta de conhecimento
da marca no mercado fluminense e a consolidação dos concorrentes
regionais. "Também não foi fácil contratar mão de obra especializada",
lembra. A volta por cima começou a partir da capacitação de
colaboradores e da melhoria dos processos seletivos, que tornou a
empresa mais assertiva nas contratações.
Com 35 funcionários, a empresa faturou R$ 3 milhões no ano passado e
deve alcançar R$ 5 milhões em 2012. "Sugerimos à rede trabalhar em
outros países e a expansão internacional começou este ano, via
Portugal." Em até cinco anos, Gatto já espera abrir um novo negócio, em
outro Estado.
Para Rodrigo Fabro, a solução foi passar de funcionário a sócio de uma
clínica da Sorridents, em São Paulo. "Trabalhava apenas como dentista e
me tornei sócio para aplicar um novo modelo de gestão e evitar a
falência da companhia, da área de serviços odontológicos", lembra.
Inicialmente, detinha 10% da sociedade e aplicou R$ 75 mil no negócio.
Depois de quase dois anos, injetou mais R$ 230 mil e conquistou 49% da
franquia.
A transição de Fabro para gestor ajudou a alavancar o caixa da clínica.
O faturamento da empresa de sete funcionários superou R$ 1 milhão no
ano passado e a estimativa de crescimento em 2012 é de 15% a 20%. Para
tornar-se um bom gerente, investiu em cursos, palestras e vídeos
motivacionais.
No próximo ano, Fabro deseja abrir outra franquia da Sorridents e já
pesquisa novas opções de redes na área de alimentação.
Fonte: Valor Econômico
Nenhum comentário:
Postar um comentário