Reter empregados não tem sido uma tarefa fácil para os executivos
brasileiros. Com a economia aquecida e o desemprego em queda, a dança
das cadeiras se tornou requente e os empresários viram talentos irem
embora. Para evitar a alta rotatividade que prejudica os negócios, a
busca por instrumentos de retenção tem sido uma constante. Planos de
carreira, novos desafios e melhores salários já não são as únicas
alternativas. Inspire-se nos exemplos abaixo e evite que os funcionários
batam cartão na empresa concorrente. Paulo Fogetti teve de lidar com a
perda de bons funcionários no Brasil, apesar dos avanços da Europ
Assintance no país. “Estamos buscando maneiras de driblar o turn over”,
diz o diretor-geral da companhia francesa de assistência. Para se ter
ideia, na Europa,a rotatividade na companhia é de 2% ao ano. Já no
Brasil, a incidência é de quase 5% ao mês. O fato é que a maioria dos
1,6 mil funcionários da Europ Assintance é jovem, facilmente atraída por
oportunidades de emprego em que não tenham de trabalhar aos finais de
semana. “Por isso, nosso Recursos Humanos tem de ser atualizado, ativo,
estar em linha com o que se pratica de benefícios e remuneração no
mercado. Estamos nos adaptando para conseguir reter os colaboradores da
geração Y”, afirma. “As minhas mudanças de emprego foram todas baseadas
em fim de ciclos. Só sai quando já tinha cumprido o meu papel e via que
não tinha como absorver mais nada”, compara o executivo que é formado em
Engenharia Elétrica e Administração de empresas. Outra forma encontrada
para reduzir a rotatividade na empresa foi trazer de volta à ativa
profissionais de idade mais avançada. “Temos a meta de ter 15% de
operadores com mais de 45 anos. Começamos isso em 2011 e tem dado
certo”, comemora.
O diretor de Suprimentos do Grupo Hidrau Torque, Armindo Augusto Lopes
Júnior, ao contrário, não vive o problema de alta rotatividade em sua
empresa. Ele atribui a retenção dos cerca de 400 funcionários ao
portfólio de benefícios oferecidos e ao fato de a empresa investir em um
plano de carreira para o empregado. “Fazemos um acompanhamento do
funcionário por meio do Departamento de Recursos Humanos, damos
oportunidade para que façam cursos e subsidiamos parte da sua formação
superior”, afirma. O próprio Lopes Júnior é um exemplo da baixa
rotatividade da empresa que administra: está há 25 anos na companhia, de
32 anos. O executivo começou como office-boy e hoje é um dos sócios.
“Valorizamos o funcionário de forma a que ele se sinta parte da empresa e
tenha um olhar de dono”, diz o diretor da Hidrau, empresa que atua nos
segmentos de distribuição de peças para equipamentos pesados,
especialmente tratores. Para Rubens Augusto Júnior, presidente da
Patroni Pizza, motivar o funcionário por meio do respeito é a sua
receita para mantê-lo na empresa.
Por atuar em um mercado com alta rotatividade, o de alimentação, o
chamado turn over gira em torno de 30% a 40% ao mês do quadro de
funcionários. No entanto, na Patroni Pizza este número é de apenas 10% a
15%. Este resultado foi conquistado graças a uma pesquisa interna feita
pela empresa com seus 1.500 funcionários e que, surpreendentemente,
mostrou que a primeira reivindicação deles não é melhor salário mas,
sim, bom tratamento do seu superior. “Isso nos surpreendeu, pois
achávamos que o salário seria, pelo menos, o segundo item de maior
importância para eles”, diz o executivo da rede de pizzarias, com mais
de 100 unidades em todo o Brasil. O segredo do presidente da Patroni
Pizzas para reter o funcionário, especialmente de um segmento em que os
salários são baixos, é formar equipes criando laços de respeito com os
colaboradores. “Tenho funcionários que foram treinados por mim há 20
anos e continuam na empresa”, ilustra. Lopes Júnior, da Hidrau, também
pensa assim. “Não é o melhor salário que vai segurar o funcionário, o
ambiente e o reconhecimento valem muito mais.” ¦
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Fonte: Brasil Econômico |
sexta-feira, 25 de maio de 2012
Executivos dão a receita para evitar alta rotatividade de funcionários
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