Indicadores
divulgados ontem mostraram que a situação das micro e pequenas empresas
(MPEs) no Brasil melhorou. Porém, a continuidade desse desempenho vai
depender da retomada da atividade econômica.
De acordo com a Serasa Experian, no primeiro quadrimestre do ano, o
total de falências requeridas cresceu de 570, registrado no mesmo
período de 2011, para 614. Dessa soma, o número de pedidos das micro e
pequenas diminuiu de 385 para 342, na mesma base de comparação.
As falências decretadas por companhias de todos os portes somaram 212
de janeiro a abril deste ano, ante 208 observados no primeiro
quadrimestre de 2011. Nesta relação, os decretos dos micro e pequenos
passaram de 193 para 171.
Outro dado importante é de que o número de falências requeridas pelos
micro e pequenos recuou de 104 registrados em março de 2012, para 89
observados no mês passado. Com relação ao total de pedidos em março
(173) e em abril (165), a participação de empresas desse porte também
caiu de 60,1% para 54%, conforme informou ao DCI o economista da
entidade, Carlos Henrique de Almeida.
"Essa queda mostra que as médias e grandes empresas aumentaram suas
participações no total de falências requeridas nos últimos meses",
avalia. "Isto é explicado pela desaceleração da economia brasileira,
principalmente na indústria. E como poucos micro e pequenos estão neste
setor - estão mais em serviços e varejo - os efeitos dessa desaceleração
serão menores para eles", acrescenta o especialista.
Por outro lado, na comparação com abril de 2011, os pedidos de
falências e aquelas decretadas cresceram com relação ao mês passado, ao
passar de 94 para 89, e de 50 para 64, respectivamente. "Um dos motivos,
além da economia, é ainda a dificuldade de acesso ao crédito", aponta.
Almeida disse que neste primeiro momento é possível, que por conta da
redução dos juros pelos bancos privados e públicos, o acesso ao crédito
ainda seja difícil. "A exigência de garantias, principalmente pela falta
do histórico de crédito da maioria das micro e pequenas empresas, pode
aumentar. Mesmo assim, isso não irá fazer com suba as falências
requeridas, já que a expectativa é de retomada da economia a partir do
segundo semestre", prevê o economista.
Para o presidente do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(Sebrae Nacional), Luiz Barretto, a redução de juros é benéfica para
toda a sociedade e também para as MPEs. "Ainda mais considerando que o
dono de um pequeno negócio tem menos força para negociar taxas do que
uma grande empresa. Então temos uma boa expectativa de que as taxas
menores vão permitir mais financiamento para investimento", acredita.
O diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano, concorda com
Barreto. "Mas não adianta só abaixar os juros, precisa também
desburocratizar o acesso ao crédito. Para ter capital de giro, muitas
micro e pequenas utilizam hoje o cartão de crédito e o cheque especial,
que não são linhas ideais para o negócios", diz.
Faturamento
Outro dado positivo divulgado ontem, pelo Sebrae-SP, é que o
faturamento das micro e pequenas empresas paulistas, que representam 30%
do total existentes no País (6 milhões), cresceu 8,1%, para R$ 85,4
bilhões, no primeiro trimestre deste ano em comparação com igual período
de 2011. "Um bom resultado", na opinião do Bruno Caetano.
Contudo, na indústria, as empresas verificaram queda de 0,6% no
faturamento no primeiro trimestre. Já o comércio e serviços faturaram a
mais 11% e 8,5%, respectivamente.
"As reduções nos juros básicos [taxa Selic], registradas nos últimos
meses de 2011 e início de 2012, deverão contribuir para um aumento no
nível de atividade da economia, no segundo semestre de 2012, inclusive
para a indústria", pontua Pedro Gonçalves, consultor do Sebrae-SP.
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Fonte: DCI – SP |
quarta-feira, 9 de maio de 2012
Juros já começam a beneficiar micro e pequenas empresas
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