quarta-feira, 9 de maio de 2012

Juros já começam a beneficiar micro e pequenas empresas

Indicadores divulgados ontem mostraram que a situação das micro e pequenas empresas (MPEs) no Brasil melhorou. Porém, a continuidade desse desempenho vai depender da retomada da atividade econômica.
De acordo com a Serasa Experian, no primeiro quadrimestre do ano, o total de falências requeridas cresceu de 570, registrado no mesmo período de 2011, para 614. Dessa soma, o número de pedidos das micro e pequenas diminuiu de 385 para 342, na mesma base de comparação.
As falências decretadas por companhias de todos os portes somaram 212 de janeiro a abril deste ano, ante 208 observados no primeiro quadrimestre de 2011. Nesta relação, os decretos dos micro e pequenos passaram de 193 para 171.
Outro dado importante é de que o número de falências requeridas pelos micro e pequenos recuou de 104 registrados em março de 2012, para 89 observados no mês passado. Com relação ao total de pedidos em março (173) e em abril (165), a participação de empresas desse porte também caiu de 60,1% para 54%, conforme informou ao DCI o economista da entidade, Carlos Henrique de Almeida.
"Essa queda mostra que as médias e grandes empresas aumentaram suas participações no total de falências requeridas nos últimos meses", avalia. "Isto é explicado pela desaceleração da economia brasileira, principalmente na indústria. E como poucos micro e pequenos estão neste setor - estão mais em serviços e varejo - os efeitos dessa desaceleração serão menores para eles", acrescenta o especialista.
Por outro lado, na comparação com abril de 2011, os pedidos de falências e aquelas decretadas cresceram com relação ao mês passado, ao passar de 94 para 89, e de 50 para 64, respectivamente. "Um dos motivos, além da economia, é ainda a dificuldade de acesso ao crédito", aponta.
Almeida disse que neste primeiro momento é possível, que por conta da redução dos juros pelos bancos privados e públicos, o acesso ao crédito ainda seja difícil. "A exigência de garantias, principalmente pela falta do histórico de crédito da maioria das micro e pequenas empresas, pode aumentar. Mesmo assim, isso não irá fazer com suba as falências requeridas, já que a expectativa é de retomada da economia a partir do segundo semestre", prevê o economista.
Para o presidente do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Nacional), Luiz Barretto, a redução de juros é benéfica para toda a sociedade e também para as MPEs. "Ainda mais considerando que o dono de um pequeno negócio tem menos força para negociar taxas do que uma grande empresa. Então temos uma boa expectativa de que as taxas menores vão permitir mais financiamento para investimento", acredita.
O diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano, concorda com Barreto. "Mas não adianta só abaixar os juros, precisa também desburocratizar o acesso ao crédito. Para ter capital de giro, muitas micro e pequenas utilizam hoje o cartão de crédito e o cheque especial, que não são linhas ideais para o negócios", diz.
Faturamento
Outro dado positivo divulgado ontem, pelo Sebrae-SP, é que o faturamento das micro e pequenas empresas paulistas, que representam 30% do total existentes no País (6 milhões), cresceu 8,1%, para R$ 85,4 bilhões, no primeiro trimestre deste ano em comparação com igual período de 2011. "Um bom resultado", na opinião do Bruno Caetano.
Contudo, na indústria, as empresas verificaram queda de 0,6% no faturamento no primeiro trimestre. Já o comércio e serviços faturaram a mais 11% e 8,5%, respectivamente.
"As reduções nos juros básicos [taxa Selic], registradas nos últimos meses de 2011 e início de 2012, deverão contribuir para um aumento no nível de atividade da economia, no segundo semestre de 2012, inclusive para a indústria", pontua Pedro Gonçalves, consultor do Sebrae-SP.
 
 
Fonte: DCI – SP

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