As empresas estão cada vez mais buscando o profissional
multisentidos. O termo, usado pela Deep - Desenvolvimento
e Envolvimento Estratégico de Pessoas, define
o profissional disposto a aproveitar ao máximo
as oportunidades de desenvolvimento de negócios
e carreira que surgem em sua vida.
“É aquele que possui visão a longo
prazo, identifica oportunidades de relacionamento e
é leal; que possui audição com
atenção para conseguir construir contextos
e criar conexões; que possui tato para lidar
com o outro, seja ele cliente, parceiro, fornecedor
ou colega; que possui olfato para sentir novas oportunidades
ou identificar riscos e que tem paladar para aproveitar
as oportunidades que aparecem no dia a dia, que saiba
transformar o que muitas vezes é deixado de lado
em joias de gestão”, explica Juliana Almeida
Dutra, diretora executiva da Deep, que trabalha anualmente
com o desenvolvimento de competências de mais
de cinco mil profissionais de todas as idades e momentos
de carreira.
Ainda segundo ela, a falta de qualificação
profissional e o despreparo para os mais simples procedimentos
que envolvem o ambiente de trabalho podem atrofiar os
processos da estrutura funcional e sobrecarregar funcionários
mais experientes, gerando um quadro de estresse maléfico
para trabalhadores e empregadores.
“As empresas estão sentindo falta daquilo
que chamamos de funcionário multisentidos. Não
aquele que faz tudo, mas o que consegue desempenhar
o seu papel cobrindo competências técnicas
e comportamentais sem deixar espaços sem preencher
fazendo com que seu colega mais disposto, dedicado e/ou
experiente precise cobrir espaços necessários
para garantir o crescimento sustentado da empresa",
diz.
"Isso tem sobrecarregado muitos bons profissionais,
fazendo com que a carga horária de trabalho muitas
vezes seja duplicada gerando um grande problema para
as empresas de reconhecimento, versus manutenção
de estrutura de cargos e salários, versus equiparação
de funções com o mercado de trabalho”.
Segundo Juliana, o que se vê no mercado de trabalho
são muitos casos de acomodação
em relação ao tema, consequência
da grande oferta de vagas no Brasil, o que faz com que
funcionários mudem de um emprego para outro ao
menor sinal de obstáculo no serviço atual.
“Parece uma constatação corriqueira,
mas é um fenômeno que vem se arrastando
e que, em breve, apresentará impacto desastroso
no mercado de trabalho. Todo mundo espera já
começar no topo e, ao se deparar com a realidade,
cria-se uma frustração imediata",
diz.
"Ao invés de desenvolver-se para superar
obstáculos, grande parte das pessoas desiste
e passa o seu tempo de desenvolvimento buscando novas
vagas. Isso acaba impactando na grande preocupação
que se vê por parte dos empregadores e na enorme
falta de motivação que se constata entre
os empregados. As empresas e profissionais estão
precisando de alinhamento em relação às
suas expectativas e trabalhar em programas fortes de
comunicação e envolvimento”, alerta.
A especialista cita alguns perfis aparentes hoje no
mercado:
- iniciantes que não são comprometidos
e que, ao menor sinal de esforço para se desenvolverem,
mudam ou não se importam com sua carreira;
- profissionais que tentam se esforçar, mas
não sabem o caminho e precisam de gestores preparados
para desenvolvê-los. Há gestores que não
estão preparados, alguns que se empenham em desenvolver
suas equipes e ainda os que estão resolvendo
e colocando a mão na massa pelas falhas dos outros
e desempenhando dois ou três papéis;
- os que se sobressaem porque são bons e esforçados,
mas estão estafados por trabalhar para suprir
a demanda dos que não o fazem;
- os confusos, que são aqueles de boa intenção,
mas que não conseguem se adequar ao ambiente
corporativo.
- profissionais e empresas alinhados, trabalhando em
total harmonia.
Na avaliação da especialista, para conciliar
as diversas situações e buscar soluções
adequadas para cada variável, além de
identificar e desenvolver o profissional multisentidos,
é necessário realizar uma mudança
e um alinhamento cultural, de expectativas e sonhos
de futuro, de desenvolvimento de sentidos e de harmonia
da comunicação interna.
"Diversas empresas, em vez de buscar programas
de desenvolvimento completos, buscam treinamentos únicos
e pontuais. Mas estes pontos somente são possíveis
através de programas conjuntos de desenvolvimento,
com periodicidade, e que trabalhem com foco em parceria”,
finaliza Juliana.
Fonte: Canal Executivo
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